O presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, também deixou de ter o seu telefone celular apreendido pelos agentes da Polícia Federal que participaram da operação Akuanduba, realizada na quarta-feira, 19.
A autorização dada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes previa a "apreensão de itens, bens e objetos que tenham envolvimento direto com as infrações em apuração", além da autorização judicial para o acesso aos dados inseridos em "discos rígidos, mídias e telefones celulares apreendidos".
Na manhã do dia em que ocorreu a operação, Bim estava em sua casa, localizada na Asa Sul, região central de Brasília e próxima à sede do Ibama. Pela decisão de Alexandre Moraes, foi autorizada, se fosse julgada necessária, "a ação invasiva na procura de outras provas das condutas ora postas sob suspeita", o que incluía o domicílio dos alvos da operação. Os agentes da PF, porém, não estiveram em sua residência. A ação se concentrou na sede do Ibama, onde foram apreendidos computadores e HDs não só do presidente do órgão, mas também dos demais coordenadores do órgão que foram alvos da operação.
Apesar de não ter seu aparelho apreendido pela PF, Eduardo Bim mantém o número de telefone até hoje. Não foi o que fez o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Conforme reportagem do jornal O Globo, Salles disse aos policiais, durante a operação, que estava sem o seu telefone. Depois, Salles trocou o número de seu aparelho. A defesa de Ricardo Salles declarou, no entanto, que não houve pedido para que ele entregasse o celular.
O ministro tem afirmado que Alexandre de Moraes foi "induzido ao erro" pelas informações da PF, cuja operação classificou como "exagerada" e "desnecessária". Salles disse que vai esclarecer os fatos e nega irregularidades.
A operação da PF apura o envolvimento de Salles em um suposto esquema de corrupção que atua na exportação ilegal de madeira. As investigações alcançam toda a cúpula do órgão ambiental. Na decisão, o magistrado destacou que um relatório de inteligência financeira indicou "movimentação extremamente atípica" de dinheiro, um total de R$ 14,1 milhões, envolvendo um escritório do qual Salles é sócio, em São Paulo, em transações realizadas entre 2012 e junho do ano passado. Moraes determinou a quebra dos sigilos bancários e fiscais do ministro, assim como dos outros 22 alvos da investigação.
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