A CPI da Covid aprovou nesta quarta-feira (26) a convocação do diretor da empresa fornecedora de oxigênio White Martins, Paulo Barauna, para falar à comissão. Em depoimento ao colegiado, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello atribuiu à empresa e ao governo do Amazonas a responsabilidade pela crise de desabastecimento de oxigênio que atingiu Manaus no início do ano.
A versão de Pazuello sobre o episódio, no entanto, foi apontada pelos senadores como repleta de contradições, especialmente sobre a data em que o governo teria sido informado sobre o problema no Estado. Essa visão foi reforçada após o testemunho da secretária da pasta, Mayra Pinheiro, aos senadores.
"Em depoimento prestado ao Ministério Público Federal, o gerente da empresa fornecedora de oxigênio para o governo do Amazonas, Christiano Cruz, relatou que a White Martins só conseguiu se reunir com integrantes do Ministério da Saúde para relatar pessoalmente o grave problema na disponibilidade de oxigênio no Amazonas às vésperas do colapso", apontou o senador Eduardo Braga (MDB-AM) no pedido de convocação de Barauna.
Além da convocação do representante da White Martins, de governadores, de Pazuello, do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e de aliados do presidente, como Arthur Weintraub, a CPI também definiu que o colegiado fará duas sessões com especialistas para discutir o uso de medicamentos sem eficácia comprovada para a covid.
Uma audiência terá a participação de duas pessoas favoráveis à prática, e outra com especialistas contrários. Além disso, os senadores aprovaram uma série de requerimentos de informação endereçados a diversos órgãos, empresas e administrações públicas, como o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Sinovac, o Ministério da Saúde e a Presidência da República.
POLÍTICA