O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, repreendeu o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, devido à ausência dele em uma reunião, nesta quarta-feira (26/5), do Conselho da Amazônia Legal. Segundo Mourão, Salles não justificou o não comparecimento e tampouco enviou outro representante da pasta para o encontro.
"Nós precisamos de cooperação. Foi o que eu conversei com os ministérios aqui presentes. Lamento profundamente a ausência do ministério mais importante, que não compareceu à reunião hoje nem mandou representante, que é o Ministério do Meio Ambiente. Lamento profundamente", disse o vice-presidente, em entrevista à imprensa.
Mourão comanda as ações do conselho, que foi criado no ano passado pelo governo federal com o objetivo de coordenar as ações voltadas para proteção, defesa e desenvolvimento sustentável da Amazônia, e conta com a participação de 15 pastas do Executivo.
Para o vice-presidente, a atitude de Salles denota uma "falta de educação". "Não mandar representante, não comparecer, muito menos dar qualquer tipo de desculpa, vamos dizer assim. Na forma como eu fui formado, eu considero isso falta de educação", ponderou.
Investigação
Na semana passada, Salles foi alvo de uma operação da Polícia Federal por suspeitas de envolvimento em um esquema que facilitou a exportação ilegal de madeira para países da Europa e dos Estados Unidos.
Segundo a corporação, o ministro do Meio Ambiente teria concordado com a alteração de normas que só autorizavam a exportação de produtos e subprodutos madeireiros de origem nativa de florestas naturais ou plantadas mediante autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no local da exportação.
Além disso, a PF acusa Salles de promover mudanças no corpo de funcionários da pasta para colocar pessoas de confiança e exonerar funcionários que eram contrários a uma flexibilização das normas para o envio de madeira ao exterior.
Mourão também comentou sobre a investigação contra o ministro do Meio Ambiente. "Em relação à operação da Polícia Federal, eu aguardo a investigação. Toda investigação começa com indícios que podem se comprovar ou não. Ninguém pode condenar o ministro a priori."