Em depoimento à CPI da Covid, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que as conversações com o Ministério da Saúde sobre a compra da Coronavac "não prosseguiram" em razão da manifestação pública do presidente Jair Bolsonaro de que o imunizante não seria incorporado ao Plano Nacional de Imunização (PNI). O relato contraria o depoimento do ex-ministro Eduardo Pazuello, que disse à CPI que a declaração de Bolsonaro não influenciou as negociações com o Butantan.
"Aí no outro dia de manhã (após anúncio do Ministério sobre Coronavac), infelizmente conversações não prosseguiram porque houve manifestação do presidente Jair Bolsonaro dizendo que vacina não seria incorporada", afirmou o diretor nesta quinta-feira, lembrando que o instituto tem um único cliente, o Ministério da Saúde.
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Já em outubro, o Butantan conseguiu uma sinalização "muito positiva", de acordo com o diretor do instituto, de que a vacina poderia ser incorporada ao PNI. Então, no dia 7 de outubro, um novo ofício foi enviado, com a oferta de 100 milhões de doses. "Sendo que dessas 45 milhões seriam produzidas no Butantan até dezembro de 2020, 15 milhões no final de fevereiro e 40 milhões adicionais até maio desse ano", relatou, lembrando então da "inflexão" nas negociações no dia após o anúncio pelo Ministério da Saúde, em razão da declaração de Bolsonaro. "Casou frustração de nossa parte", disse ele.