Jornal Estado de Minas

INVESTIGAÇÃO SOBRE PANDEMIA

Dimas diz na CPI que governo não investiu '1 real' na CoronaVac


Questionado pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, Omar Aziz (PSD-AM), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse nesta quinta-feira (27/5) que o governo federal não 'não colocou 1 real' para a produção da vacina CoronaVac.




 
"Solicitamos apoio, mas não houve. Para outras iniciativas, teve investimento. Houve ressarcimento somente após o registro e o uso da vacina", afirma o diretor.
 

Diretor do Butantan, Dimas Covas (foto: Agência Senado)


O médico afirmou que, segundo uma Medida Próvisoria aprovada, o Executivo federal investiu R$ 1,9 bilhão na vacina AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford e produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em agosto de 2020. Na época, o imunizante britânico ainda não havia sido aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Coloca quase 2 milhões para uma vacina que ainda não estava aprovada pela Anvisa, mas não coloca 1 real porque era um vacina chinesa, que, graças à CoronaVac, milhões de brasileiros estão sendo vacinados", disse Omar.


 
CPI da COVID, instalada no Senado em 27 de abril deste ano, apura possíveis ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia do coronavírus e repasses de verbas a estados e municípios. Os depoimentos tiveram início em 4 de maio, com Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde.





No dia seguinte, Nelson Teich, sucessor de Mandetta no cargo, depôs. No dia 6 de maio, foi a vez de Marcelo Queiroga, atual ministro da Saúde, prestar depoimento. Em 11 de maio, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, depôs.

Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo federal, foi ouvido pelos senadores em 12 de maio, seguido de Carlos Murillo, ex-presidente da Pfizer no Brasil e atual presidente regional da empresa na América Latina. O boliviano prestou depoimento à CPI na quinta-feira (13/5) da semana retrasada.

Na última semana, a CPI deu início às oitivas com o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, na terça-feira (18/5) passada. Nos dois dias seguintes, depois de suspensão por conta de reunião em plenário e de um mal-estar sentido pelo depoente, Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, depôs.





Nessa terça-feira (25/5), depôs a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como Capitã Cloroquina.

Nesta quarta-feira (26/5), foi feita a convocação de nove governadores, um ex-governador e uma vice-governadora para prestarem depoimento. Os requerimentos exigem a presença dos chefes dos Executivos estaduais que foram alvos de operações da Polícia Federal durante a pandemia do coronavírus.

O que é uma CPI?

As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.



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O que a CPI da COVID investiga?