O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) viajou nesta quinta-feira (27/5) para inaugurar uma ponte, chamada de Rodrigo Cibele, na Amazônia. O local é passagem para o território Yanomami, alvo de invasões de garimpeiros ilegais. A ponte tem 18 metros de extensão.
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Covas: negociação por vacina travou em outubro, após fala de BolsonaroGenerais vão passar por teste em viagem com BolsonaroYoutube exclui vídeos de Bolsonaro 'receitando' cloroquinaBolsonaro esteve em 84 reuniões sobre pandemia, diz governo à CPI da CovidBolsonaro diz que indígenas do Amazonas tomaram chá contra a COVID-19O evento consta da agenda presidencial e a Prefeitura de São Gabriel, considerado o distrito mais indígena do Brasil, afirmou que as lideranças locais “estão tranquilas e vão receber o presidente Bolsonaro com festa”.
Em contrapartida, alguns líderes do povo Yanomami divulgaram uma carta de repúdio à visita de Bolsonaro em suas terras.
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Para eles, o objetivo do que seria a primeira ida de Bolsonaro a uma terra indígena é somente para tratar e tentar acordar “a legalização de mineração no território Yanomami”. “Essa não é a nossa ansiedade yanomami.”
Assinaram o documento caciques, tuxauas, líderes e gestores das associações: AYRCA (Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes) e AMY (Associação das Mulheres Yanonami Kumirayõma).
Em 29 de abril, em sua live semanal de quinta-feira, Bolsonaro defendeu a mineração em reservas indígenas e alegou que esses 14% do território brasileiro têm um grande potencial. Na ocasião, ele anunciou a intenção de ir até unidades do pelotão de fronteira do Exército (PEF), para "dar uma olhada na região e oficializar alguma coisa".
Segundo a Convenção 169 da Organização Mundial do Trabalho (OIT), a comunidade deveria ser previamente consultada e deveria haver um consenso entre os líderes. Essa também é uma tradição dos indígenas.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.