Manifestantes se concentram na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, para ato contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na manhã deste sábado (29/5). A manifestação na capital mineira compõe série de protestos convocados para diversas cidades brasileiras. Depois de se juntarem na histórica praça, o grupo se desloca pelo centro belo-horizontino.
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A saída do presidente é outro pedido. “Fora, Bolsonaro”, lê-se em uma faixa colocada no coreto da praça. Camisas e bandeiras de diferentes grupos também se fazem presentes.
Há representantes de partidos de esquerda, como PT e PCdoB, entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE), torcidas antifascistas de Atlético e Cruzeiro, além de representantes dos trabalhadores da saúde.
Participantes do ato distribuem máscaras PFF2 — tidas como as mais seguras contra o coronavírus. Frascos de álcool em gel também são entregues aos que desejam receber.
Pedidos por vacina mineira
Um carro de som acompanhou a passeata até a região central. Dos microfones do trio, ecoaram pedidos por apoio à Spintec, vacina desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Nesta semana, o prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD), assinou convênio que oficializa o repasse de R$ 30 milhões dos cofres municipais para financiar a segunda fase de estudos do imunizante.
"Temos a UFMG, que está desenvolvendo uma vacina, mas que tem que ficar pedindo esmola para completar sua pesquisa. Queremos uma vacina mineira", bradou um dos manifestantes, do alto do carro de som.
'Rua: local de luta'
Mesmo ante os riscos sanitários, belo-horizontinos não deixaram de tomar as ruas para reivindicar coordenação no combate à pandemia. A professora Marlúcia Corrêa era uma das vozes presentes ao ato deste sábado. De máscara e cumprindo o distanciamento, ela portava um cartaz com o termo “genocida”, em menção à postura de Bolsonaro diante do vírus.
“Desde o ano passado, vejo que o governo não tem se posicionado a favor daquilo que é correto e a gente busca como solução para o problema. Isso incomoda muito”, diz ela. “Tive muito receio de participar da manifestação por ser uma aglomeração. A gente está em um problema sanitário seríssimo, mas eu não podia deixar de contribuir”, sustenta.
Apesar do receio, a profissional de ensino crê que os atos coletivos são fundamentais na busca por soluções. “A rua é o local de luta. Se a gente não participar desse local, a gente vai perder e não mostrar com o que estamos insatisfeitos”.
Histórico
As queixas por vacinas aumentaram após depoimentos prestados aos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID-19, no Senado Federal. Carlos Murillo, ex-representante da Pfizer no Brasil, e Dimas Covas, do Instituto Butantan, afirmaram que o governo federal não respondeu às múltiplas ofertas de imunizantes.