O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o que chama de "política do fique em casa" em entrevista à youtuber mirim Esther Castilho publicada neste sábado, 29, mais cedo. A divulgação da fala do chefe do Planalto sobre as medidas ocorreu em dia marcado por protestos promovidos em diversas cidades do País contra a administração da pandemia de covid-19 pelo governo federal. A postagem não informa quando ocorreu a gravação.
Bolsonaro abordou o tema do distanciamento social ao ser perguntado sobre uma ação de distribuição de alimentos pela Companhia de Entrepostos e Armazéns de São Paulo (Ceagesp) em cidades paulistas. "Aparecida do Norte, por exemplo, sempre viveu do turismo dos peregrinos. Com a política do fique em casa, do governador (João Doria/SP), a cidade perdeu sua renda. Como consequência, muita gente não tinha mais como ganhar seu pão de cada dia", afirmou o chefe do Executivo sobre o município, um dos atendidos pela iniciativa.
Na sequência, Bolsonaro mencionou ainda o exemplo de outros locais de São Paulo ao exaltar doações da Ceagesp, administrada Ricardo Nascimento de Mello Araújo, policial militar indicado por ele para o cargo. "Na periferia paulista, tem tribos indígenas que viviam do artesanato e também estão passando necessidade. Em Araraquara (no interior), a mesma coisa. O prefeito decidiu fechar tudo, até mais do que o governador ainda. Aí a fome se abateu na cidade", complementou o presidente.
Manifestações
Na entrevista, publicada neste sábado, as manifestações registradas hoje ao redor do Brasil não foram citadas. No entanto, o mandatário destacou as demonstrações de apoio recentes feitas ao governo. "Muito obrigado pela manifestação espontânea feito pelo agronegócio. Tivemos também as dos motociclistas. Isso demonstra a confiança no governo, com as pessoas reconhecendo as dificuldades, bem como as potencialidades que estamos apresentando", afirmou Bolsonaro.
Sobre o atual contexto do País, o chefe do Executivo disse "ter coisa errada acontecendo", citando como exemplo o aumento da inflação e do preço do combustível, assim como a alta taxa de desemprego. "Eu não quero aqui apontar responsáveis. Mas, quem acompanha sabe quem é o responsável e quem está agindo para superar esses problemas", comentou, sem citar nomes específicos.
O presidente declarou ainda que vê um avanço na relação do Planalto com o Legislativo desde a saída do antigo comando do Congresso. "O presidente da Câmara, meio gordinho, era aliado da esquerda", falou sobre Rodrigo Maia, sem mencionar nominalmente o político.
"Estamos há praticamente três meses com o novo presidente da Câmara e do Senado e nesse período já fizemos mais do que nos últimos dois anos. As pautas estão caminhando e vão indo muito bem", avaliou.