Integrante titular da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID-19, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) diz que o relator do comitê, Renan Calheiros (MDB-AL), tem conduta “absolutamente parcial” ante as investigações. Para o parlamentar, o fato de o colega alagoano ser pai de Renan Filho (MDB), governador daquele estado, o torna inapto à relatoria.
“Infelizmente, (a conduta de Renan é) escandalosamente parcial, um dos motivos pelos quais vem derretendo a credibilidade (da CPI) junto aos brasileiros”, diz Girão, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas.
Agora, os componentes do comitê de inquérito se preparam para examinar como foram gastos os repasses da União aos estados. Na semana passada, senadores aprovaram requerimentos pedindo o depoimento de nove governadores. Renan Filho não está na lista. Apesar disso, ele compõe grupo de 19 lideranças regionais que assinou carta pedindo ao presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), que transforme a convocação dos chefes dos Executivos em convites.
Eduardo Girão afirma que o parentesco entre o governante de Alagoas e Renan Calheiros gera um “conflito de interesses” que atrapalha o andamento da CPI.
“(Renan Calheiros) Deveria ter se declarado impedido (de assumir a relatoria), mas não o fez. O fato é que isso faz o povo desacreditar na CPI, vendo na prática apenas fins politiqueiros nela, já que o relator, o coração e o pulmão de uma comissão, não pode fazer meio relatório”, sustenta.
“Ou se faz um relatório ou não se faz. E esse conflito flagrante de interesses dele não tem solução”, completa o parlamentar.
No fim de abril, antes mesmo do início dos trabalhos da CPI da Pandemia, Renan Calheiros afirmou que não emitiria parecer sobre questões ligadas a Alagoas. Daí a expressão “meio relatório” utilizada por Girão.
“Desde já me declaro parcial para tratar qualquer tema na CPI que envolva Alagoas. Não relaterei ou votarei. Não há sequer indícios quanto ao estado, mas a minha suspeição antecipada é decisão de foro íntimo”, alegou o relator do colegiado.
Pouco tempo depois de garantir afastamento em temas envolvendo o governo alagoano, Renan foi alvo de liminar do Tribunal Regional Federal da 1° Região (TRF-1) que o impedia de assumir a relatoria. A medida judicial, contudo, cassada. Ele foi designado para o posto por Omar Aziz.
O vice-presidente do TRF-1, desembargador Francisco de Assis Betti, disse em sua decisão que a liminar da primeira instância teria, em tese, interferido "decisivamente, na autonomia e no exercício das funções inerentes ao Poder Legislativo".
“Infelizmente, (a conduta de Renan é) escandalosamente parcial, um dos motivos pelos quais vem derretendo a credibilidade (da CPI) junto aos brasileiros”, diz Girão, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas.
Agora, os componentes do comitê de inquérito se preparam para examinar como foram gastos os repasses da União aos estados. Na semana passada, senadores aprovaram requerimentos pedindo o depoimento de nove governadores. Renan Filho não está na lista. Apesar disso, ele compõe grupo de 19 lideranças regionais que assinou carta pedindo ao presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), que transforme a convocação dos chefes dos Executivos em convites.
Eduardo Girão afirma que o parentesco entre o governante de Alagoas e Renan Calheiros gera um “conflito de interesses” que atrapalha o andamento da CPI.
“(Renan Calheiros) Deveria ter se declarado impedido (de assumir a relatoria), mas não o fez. O fato é que isso faz o povo desacreditar na CPI, vendo na prática apenas fins politiqueiros nela, já que o relator, o coração e o pulmão de uma comissão, não pode fazer meio relatório”, sustenta.
“Ou se faz um relatório ou não se faz. E esse conflito flagrante de interesses dele não tem solução”, completa o parlamentar.
Renan disse que não vai opinar sobre Alagoas
No fim de abril, antes mesmo do início dos trabalhos da CPI da Pandemia, Renan Calheiros afirmou que não emitiria parecer sobre questões ligadas a Alagoas. Daí a expressão “meio relatório” utilizada por Girão.
“Desde já me declaro parcial para tratar qualquer tema na CPI que envolva Alagoas. Não relaterei ou votarei. Não há sequer indícios quanto ao estado, mas a minha suspeição antecipada é decisão de foro íntimo”, alegou o relator do colegiado.
Pouco tempo depois de garantir afastamento em temas envolvendo o governo alagoano, Renan foi alvo de liminar do Tribunal Regional Federal da 1° Região (TRF-1) que o impedia de assumir a relatoria. A medida judicial, contudo, cassada. Ele foi designado para o posto por Omar Aziz.
O vice-presidente do TRF-1, desembargador Francisco de Assis Betti, disse em sua decisão que a liminar da primeira instância teria, em tese, interferido "decisivamente, na autonomia e no exercício das funções inerentes ao Poder Legislativo".