Jornal Estado de Minas

DANÇA DAS CADEIRAS

Vereador de BH, Gabriel Azevedo é expulso do Patriota

Gabriel Azevedo, vereador de Belo Horizonte, foi expulso do partido Patriota nesta terça-feira (1°/6). A legenda, que passa por mudanças, anunciou nessa segunda (31/5) a filiação do senador fluminense Flávio Bolsonaro. O presidente Jair Bolsonaro, que está sem legenda, também pode rumar aos quadros da agremiação.



O parlamentar é crítico de Bolsonaro. A postura dele ante o presidente foi a justificativa do partido para retirá-lo da agremiação.

“O senhor, por reiteradas vezes, posicionou-se veementemente contra o atual presidente da República, bem como a outros parlamentares ligados à sua família”, lê-se em trecho do comunicado assinado por Hércules Marques de Sá, presidente do diretório estadual do Patriota.

Integrante da Câmara Municipal da capital mineira desde 2017, Gabriel já oficializou a saída do Patriota à Mesa Diretora do Parlamento belo-horizontino. Em vídeo enviado pelo vereador à reportagem, é possível ver ele e Hércules de Sá oficializando a desfiliação no site da Justiça Eleitoral.

O documento que dispensa Gabriel dos quadros do Patriota chegou às mãos do parlamentar no início desta terça-feira. “Passo a ser, mais uma vez, um vereador sem partido”, afirmou ele, ao anunciar a novidade aos líderes da Câmara de BH.



Gabriel ficou sem legenda em parte da legislatura passada. Depois, se filiou ao Patriota para disputar a eleição municipal.

À época, as partes firmaram compromisso de independência para que o parlamentar ficasse dispensado de militância partidária.

A Executiva estadual, no entanto, argumenta que as opiniões do vereador sobre o governo federal podem ser prejudiciais.

“Fica claro que a atitude beligerante demonstrada pode comprometer não só as relações internas, como também as relações políticas do Patriota”.

Antes de chegar ao Patriota, Gabriel Azevedo passou por PSDB e PHS — partido pelo qual, em 2016, conseguiu cadeira na Câmara Municipal.

Aproximação do clã Bolsonaro gera racha

A ida dos aliados de Bolsonaro ao Patriota tem gerado insatisfação em alas do partido. Contra o presidente do diretório nacional, Adilson Barroso, um grupo recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).



 O vice-presidente da sigla, Ovasco Resende, é um dos que estão descontentes com a condução do caso.

Os filiados contrários ao desembarque dos bolsonaristas alegam que a convenção chamada para oficializar a chegada de Flávio foi convocada de “forma sorrateira”, com uma publicação “silenciosa” do edital de convocação no Diário Oficial da União, na quinta-feira da semana passada.  

Quem também não está satisfeito com a situação é Wanderley Porto, outro vereador de BH que foi às urnas sob o número 51.

“O Patriota sofreu uma intervenção nada democrática, foi uma manobra ilegal que substituíram alguns membros da direção. Tudo para facilitar a entrada da família Bolsonaro no partido. Me sinto representado pelos colegas que já ingressaram no STE contra esse absurdo”, escreveu, no Twitter.

Flávio Bolsonaro disse que há chances de o pai escolher o Patriota. "Agora, com Bolsonaro na Presidência da República, não tenho dúvida que a gente pode construir partido maior ainda que o PSL". 



Partido mudou de nome por Bolsonaro, mas ficou a ver navios

Jair Bolsonaro está sem partido desde novembro de 2019, quando deixou, justamente, o PSL. Ele se desentendeu com Luciano Bivar, que comanda o partido em nível nacional.

Antes de se converter em pesselista, porém, o atual presidente da República quase foi parar no Patriota. Para recebê-lo àquela época, ano da última disputa pelo Planalto, a sigla deixou de se chamar Partido Ecológico Nacional (PEN). Flávio Bolsonaro foi um dos responsáveis por escolher o novo nome.

Colaborou Augusto Fernandes, do Correio Braziliense