O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que a médica Nise Yamaguchi foi humilhada pelos senadores no depoimento desta terça (1º/6) à CPI da COVID. Apontada como conselheira do governo federal na pandemia, ela prestou depoimento durante quase oito horas.
Um dos questionamentos feitos a Nise Yamaguchi girou em torno de um decreto que teria sido elaborado para mudar a bula da hidroxicloroquina.
Ela é uma das maiores defensoras do uso do medicamento para combater a COVID-19, apesar de especialistas comprovarem a ineficácia.
“Ficaram uma hora batendo na Nise. ‘A senhora ficou sabendo do decreto para mudar a bula da cloroquina?’. Eu não sabia que se mudava bula com decreto”, completou o presidente.
Também nesta terça-feira, o relator da CPI disse que não vai mais convocar defensores do chamado “tratamento precoce” contra a COVID-19 para prestar depoimento.
"Não temos mais interesse de ficar dando palco para defesas da cloroquina. A ciência, a academia, a OMS (Organização Mundial da Saúde)... Todo mundo contraria isso", disse Renan Calheiros após o depoimento de Nise.
Segundo Calheiros, o que fica comprovado com os depoimentos de Yamaguchi, juntamente com o da secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, é que houve "a utilização da cloroquina e dos produtos do tratamento precoce como política pública, gastando dinheiro público, em detrimento da vacinação".