-->-->-->-->
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID-19 já tem calendário definido até o próximo dia 17/6. De acordo com o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP), o próximo a falar é o ministro da Saúde Marcelo Queiroga, nesta terça-feira (8/6).Queiroga já depôs na CPI em 6 de maio. Porém, os senadores querem tirar algumas dúvidas com o ministro, além de entender os motivos que levaram o governo a aceitar o sediamento da Copa América.
No dia seguinte, quem será sabatinado é o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco. Ele era o braço-direito do ex-ministro Eduardo Pazuello na pasta.
No próximo dia 10, os senadores conversam com Wilson Lima (PSC), governador do Amazonas. Evidentemente, esse depoimento vai se concentrar na crise do oxigênio pela qual o estado passou no início do ano.
Na mesma semana, no dia 11, Cláudio Maierovitch, ex-presidente da Anvisa, será interrogado. O sanitarista também é pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Ainda neste dia, a cientista da Universidade de São Paulo (USP), Nathalia Pasternak, vai dar seu ponto de vista sobre os questionamentos da CPI.
Já na outra semana, no dia 15 (terça), a crise no Amazonas voltará à pauta. Os senadores vão questionar o secretário de Estado de Saúde, Marcellus Campêlo.
Um dia depois, 16 (quarta), o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, presta seu depoimento. Ele sofreu impeachment após acusação de comandar esquema de corrupção na construção de hospitais de campanha.
Já no dia 17, os senadores convocam o empresário Carlos Wizard. Ele é apontado como conselheiro do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na pandemia, um dos líderes do chamado "gabinete paralelo".
Confira o calendário da CPI da Covid abaixo:
Terça (8/6) - Marcelo Queiroga (ministro da Saúde)
Quarta (9) - Élcio Franco (ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde)
Quinta (10) - Wilson Lima (governador do Amazonas)
Sexta (11) - Cláudio Maierovitch (ex-presidente da Anvisa e da Fiocruz) e Nathalia Pasternak (pesquisadora da USP).
Terça (15) - Marcellus Campêlo (secretário de Estado de Saúde do Amazonas)
Quarta (16) - Wilson Witzel (ex-governador do Rio de Janeiro)
Quinta (17) - Carlos Wizard (empresário integrante do "gabinete paralelo")
O que é uma CPI?
O que a CPI da COVID investiga?
Saiba como funciona uma CPI
O que a CPI pode fazer?
- chamar testemunhas para oitivas, com o compromisso de dizer a verdade
- convocar suspeitos para prestar depoimentos (há direito ao silêncio)
- executar prisões em caso de flagrante
- solicitar documentos e informações a órgãos ligados à administração pública
- convocar autoridades, como ministros de Estado — ou secretários, no caso de CPIs estaduais — para depor
- ir a qualquer ponto do país — ou do estado, no caso de CPIs criadas por assembleias legislativas — para audiências e diligências
- quebrar sigilos fiscais, bancários e de dados se houver fundamentação
- solicitar a colaboração de servidores de outros poderes
- elaborar relatório final contendo conclusões obtidas pela investigação e recomendações para evitar novas ocorrências como a apurada
- pedir buscas e apreensões (exceto a domicílios)
- solicitar o indiciamento de envolvidos nos casos apurados
O que a CPI não pode fazer?
Embora tenham poderes de Justiça, as CPIs não podem:
- julgar ou punir investigados
- autorizar grampos telefônicos
- solicitar prisões preventivas ou outras medidas cautelares
- declarar a indisponibilidade de bens
- autorizar buscas e apreensões em domicílios
- impedir que advogados de depoentes compareçam às oitivas e acessem
- documentos relativos à CPI
- determinar a apreensão de passaportes
A história das CPIs no Brasil
CPIs famosas no Brasil
1992: CPMI do Esquema PC Farias - culminou no impeachment de Fernando Collor
1993: CPI dos Anões do Orçamento (Câmara) - apurou desvios do Orçamento da União
2000: CPIs do Futebol - (Senado e Câmara, separadamente) - relações entre CBF, clubes e patrocinadores
2001: CPI do Preço do Leite (Assembleia de MG e outros Legislativos estaduais, separadamente) - apurar os valores cobrados pelo produto e as diretrizes para a formulação dos valores
2005: CPMI dos Correios - investigar denúncias de corrupção na empresa estatal
2005: CPMI do Mensalão - apurar possíveis vantagens recebidas por parlamentares para votar a favor de projetos do governo
2006: CPI dos Bingos (Câmara) - apurar o uso de casas de jogo do bicho para crimes como lavagem de dinheiro
2006: CPI dos Sanguessugas (Câmara) - apurou possível desvio de verbas destinadas à Saúde
2015: CPI da Petrobras (Senado) - apurar possível corrupção na estatal de petróleo
2015: Nova CPI do Futebol (Senado) - Investigar a CBF e o comitê organizador da Copa do Mundo de 2014
2019: CPMI das Fake News - disseminação de notícias falsas na disputa eleitoral de 2018
2019: CPI de Brumadinho (Assembleia de MG) - apurar as responsabilidades pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão