Embora o ex-presidente Lula ainda não se coloque publicamente como pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2022, o PT acertou na última semana a contratação do jornalista e ex-ministro Franklin Martins para a atuar na pré-campanha do petista. Ministro da Secretaria de Comunicação Social no segundo governo Lula, entre 2007 e 2010, Martins vai coordenar toda a estrutura de comunicação.
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Procurado, Franklin não quis comentar a negociação com o PT. "Não tenho nada para falar sobre isso. Se o Lula for candidato, e eu espero que seja, vou ajudar", afirmou o jornalista.
Segundo dirigentes petistas, novos reforços são esperados na comunicação do ex-presidente, especialmente nas redes sociais.
Após a mais recente pesquisa Datafolha mostrar Lula com vantagem sobre potenciais adversários num eventual segundo turno - 41% das intenções de voto, ante 23% do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por exemplo -, o petista intensificou o diálogo com lideranças de legendas do centro e do Centrão. O principal foco de ação do ex-presidente neste momento é articular palanques fortes no Estados, mesmo que isso implique que o PT abra mão de lançar nomes da sigla.
Depois de dialogar com emedebistas do Nordeste como o ex-presidente José Sarney (MA) e o senador Renan Calheiros (AL), com o ex-ministro Gilberto Kassab (PSD-SP) e até com o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ex-presidente vai se reunir na capital fluminense com o prefeito Eduardo Paes (PSD).
Paes
No Rio, Lula aposta em uma chapa encabeçada pelo deputado federal Marcelo Freixo, que avalia trocar o PSOL pelo PSB, e quer colocar o centro nesta aliança. Ontem, diante de empresários, Paes fez diversos elogios ao petista. "O Lula, podem falar o que quiser, eu via a força do sujeito. Almoçando na Dinamarca, com o rei da Espanha, com a Oprah, com o faxineiro, com a Michelle Obama... Era o centro das atenções", disse durante almoço organizado pelo Grupo Lide, na zona sul do Rio.
Após a visita ao Rio o ex-presidente voltará ao Nordeste para agora reforçar a aproximação com o PSB, especialmente em Pernambuco. No Estado, o PT avalia apoiar a candidatura do pessebista Geraldo Julio, prefeito do Recife, ao governo.
Já em Minas Gerais, a estratégia foi outra. Lula atua nos bastidores para que o PT tenha um candidato no Estado em vez de apoiar o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que deu declarações críticas ao partido, fazendo referências à corrupção na Petrobrás. Neste caso, o nome escolhido foi o deputado federal Reginaldo Lopes. Minas é o segundo maior colégio eleitoral do País.