Senadores do chamado G7, grupo de sete senadores independente ou de oposição ao governo, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID-19, decidiram pedir imediatamente a condução coercitiva do empresário Carlos Wizard. Ele foi convocado, mas não tem respondido à comissão, por isso, houve a decisão.
O entendimento foi estabelecido pelos senadores em reunião após a sessão desta quinta-feira, que votou requerimentos de quebra de sigilo fiscal e telemática de 19 pessoas, incluindo informações mirando Wizard. Ao todo, foram aprovados 29 requerimentos na reunião.
O interesse dos senadores no empresário se dá pelo fato da proximidade de Wizard com o ex-ministro Eduardo Pazuello, a quem conheceu enquanto o general atuava no comando da Operação Acolhida, que recebe refugiados venezuelanos nas fronteiras do Norte. Wizard atuou como voluntário na operação e ficou amigo de Pazuello, motivo pelo qual, já na pandemia, auxiliou Pazuello com assessoramento, como revelou o próprio ex-ministro durante a oitava na CPI.
No depoimento, Pazuello revelou a atuação de Wizard durante um mês, prestando assessoramento pro bono à pasta. Após o período em que o empresário atuou de forma extra-oficial, Pazuello lhe ofereceu o cargo de secretário de Ciências e Tecnologias da pasta. Segundo o ex-ministro, a posição seria conveniente por ter "muita ligação com a parte civil, com empresas". "(Carlos Wizard) Passou um mês ajudando, eu indiquei e, na análise, ele desistiu. A partir daí, se desvinculou da tarefa", afirmou o general.
Seria Wizard um dos idealizadores do investigado “gabinete paralelo”. Pazuello revelou que o amigo “por si só propôs reunir médicos aconselhadores. Eu confesso que eu não aceitei”, afirmou na sabatina de 19 de maio, mas, mesmo assim, reiterando desconhecer a existência de um aconselhamento extra-oficial.