O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a falar que o Brasil teve supernotificação de mortes por coronavírus. Na transmissão ao vivo desta quinta-feira (10/6), o chefe do Executivo citou um parecer do Tribunal de Contas da União (TCU), elaborado no ano passado, que apontava o risco de possível aumento de óbitos pela doença feito por estados para receber mais recursos federais.
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Mudança na Lei de Improbidade pode ser votada pela Câmara na semana que vemMédica rebate Bolsonaro: 'Narrativa perigosa. Vacinados devem usar máscara'Bolsonaro cita Arthur Weintraub como conselheiro: 'Mente privilegiada'coronavirusbrasilBolsonaro ironiza Doria por falta de máscara no RJ: 'Sunguinha apertadinha'“É um acordão não conclusivo, mas com fortíssimos indícios de supernotificação. Esse critério apresenta o risco de incentivar a indesejável supernotiicação do número de casos da doença visando a maior obtenção de recursos por parte do estado”, disse Bolsonaro.
“O documento cita que deveria criar mecanismos para que os dados informados pelos gestores estejam coerentes com a realidade para evitar a supernotificação”, completou o presidente, que afirmou que o relatório do TCU é inconclusivo, mas com forte indício de supernotificação de óbitos.
Sem apresentar fundamento, Bolsonaro disse que o Brasil teria um número inferior de mortes se não contabilizasse as vidas perdidas por outras comorbidades que evoluíram para a COVID-19.
“Muita gente tinha várias comorbidades e tinha COVID. E acaba prevalecendo como causa máxima que era a COVID. Talvez para conseguir mais recursos federais. Isso poderia ser patrocinado pelos secretários estaduais de saúde. Se tirássemos esses óbitos, que giram em torno de 50% ou 60%, o Brasil passaria a ter um número de mortes por milhão de habitantes bastante reduzido em relação a outros países”.
E ele voltou a incentivar o uso de medicamentos sem eficácia comprovada para o combate à doença: “Qual seria o milagre disso? O tratamento imediato. Feito com aquilo que vocês sabem. Com toda a certeza, o milagre de termos o menor número de óbitos por milhão de habitantes, uma vez que apuramos os números, é o remédio da malária e do piolho. Não tem explicação”.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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