O presidente Jair Bolsonaro repetiu ameças veladas, nesta sexta-feira (11/6), sobre baixar um decreto contra as medidas de lockdown adotadas por governadores e prefeitos em meio à pandemia da COVID-19. Segundo o mandatário, as Forças Armadas poderão ir às ruas caso seja "necessário garantir a liberdade da população". Declaração ocorreu durante entrega de casas no Espírito Santo. O presidente ainda teceu elogios aos apoiadores.
"Não tem preço andar pelo Brasil e ver essa turma de verde e amarelo ao nosso lado. Ver renascer o patriotismo, ver que o povo brasileiro é conservador, que mais de 90% são cristãos, e que todos eles amam, respeitam e defendem a família brasileira. Sei que nada sou perto dele, o Criador, mas estou aqui para cumprir uma missão. Enquanto vocês estiverem ao meu lado, teremos força para prosseguir buscando esse objetivo", apontou.
Bolsonaro aproveitou para atacar os líderes executivos estaduais, afirmando que "jamais decretaria lockdown" e que "não tirou emprego de ninguém".
"Esqueçamos os que nos atacam, aquele que busca o poder pelo poder. Nós queremos o poder para servir. Me orgulho do meu passado. Hoje vocês têm um presidente que acredita em Deus, vocês têm um presidente que é leal ao seu povo, que acredita nos militares. Um presidente que nunca jogou fora das 4 linhas da Constituição. Um presidente que respeita todos os incisos do artigo 5º, em que está escrito, entre outras coisas, a liberdade de culto, o direito ao trabalho, de ir e vir, a inviolabilidade do seu lar", relatou.
"Fazendo o que posso"
O chefe do Executivo destacou que "nada que ferisse tais dispositivos nasceu de sua caneta bic". "Eu não fechei nenhum comércio, eu não destruí emprego e não tirei o ganha pão de ninguém. Jamais eu decretaria um toque de recolher. Tenho as Forças Armadas do meu lado, sou o chefe supremo delas. Jamais elas irão às ruas para mantê-los em casa. Poderão, sim, um dia ir às ruas para garantir a sua liberdade e seu bem maior que é aquilo previsto em nossa Constituição. Tenham certeza que estou fazendo o que posso e de melhor que eu posso dar", concluiu.
No dia 7 de maio, em mais um rompante, o presidente afirmou que o decreto contra as medidas de restrições está pronto. No entanto, ele não informou se irá usá-lo ou quando. O mandatário, crítico desde o início das medidas restritivas, relatou ainda considerar que alguns líderes estaduais tomaram a decisão sem conhecimento prévio, mas que sempre é hora de ter coragem e corrigir “erros".