Dez dias após vir a público o racha no Patriota, o presidente do partido, Adilson Barroso, convocou nova convenção nacional para a próxima segunda-feira, 14, na tentativa de evitar que a briga inviabilize a filiação de Jair Bolsonaro. O presidente da República negocia a entrada no Patriota para disputar a reeleição, em 2022, mas as mudanças promovidas no estatuto do partido para permitir o controle de diretórios da legenda por seus aliados são alvo de contestação na Justiça.
O edital convocando outra convenção do partido, "na modalidade virtual e/ou presencial" foi publicado nesta sexta-feira, 11, tendo como pauta "proposta de filiação de interesse político-partidário nacional", adequação e alteração do estatuto interno e criação de um Conselho Político, entre outros assuntos.
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Os dissidentes, muitos deles vindos do antigo PRP - que se fundiu com o Patriota -, recorreram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na tentativa de barrar as mudanças, consideradas irregulares. Apesar de ver "elevada gravidade" nas acusações, o ministro Edson Fachin, vice-presidente do TSE, disse que o assunto deveria ser remetido à Justiça comum.
Cartório se recusou a registrar ata
O Cartório do Primeiro Ofício de Notas do Distrito Federal se recusou a registrar a ata da convenção do dia 31, como informou o Estadão. Em nota emitida nesta quinta-feira, 10, o cartório apresentou uma lista de nove exigências para o partido regularizar a situação e cobrou documentos para provar que havia quórum qualificado naquele encontro.
Alertado de que a briga jurídica poderia demorar e acabar prejudicando a entrada de Bolsonaro no Patriota, Barroso preferiu, então, convocar nova convenção, anulando o encontro anterior.
A filiação do presidente não precisa passar pelo crivo do diretório, como passou anteriormente. Mas Barroso quis fazer um gesto político. "Foi tudo irregular, tanto que ele não conseguiu registrar a ata da convenção em cartório", disse Jorcelino Braga. "Eu já esperava esse racha, mas estou tentando acalmar os correligionários. É um suicídio não aceitar essa benção que Deus está nos dando e recusar Bolsonaro no partido. Ele é a nossa salvação".