O comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, usou o Twitter, nesta segunda-feira, 14, para afirmar que as Forças Armadas são "uma grande família, a serviço da Pátria, desde o Império e assim continuarão a ser até o fim dos tempos". A declaração ocorre dois dias depois de o Estadão mostrar que o Exército domina hoje a cúpula do Ministério da Defesa.
"(As Forças Armadas) sempre estarão unidas, sob a direção do ministro da Defesa, que ninguém se engane! Viva a Marinha de Tamandaré, o Exército de Caxias e a Força Aérea de Eduardo Gomes!", escreveu o almirante, numa referência aos patronos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, respectivamente.
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Twitter desabilita perfis suspeitos e bolsonaristas reclamamRosa Weber mantém ação sobre orçamento secreto mesmo com desistência do CidadaniaVereadores de BH aprovam projeto que torna academias serviço essencialPor unanimidade, Rodrigo Maia é expulso do DEM por infração disciplinarEstá em jogo a influência sobre o destino de verbas para o setor militar, que neste ano somaram R$ 103 bilhões, conforme dados atuais do Painel do Orçamento Federal. Com a atual composição, oficiais do Exército também passaram a exercer o poder de influenciar revisões no andamento dos projetos estratégicos das três Forças.
Criada em 1999 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, numa fusão dos antigos ministérios do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, a pasta da Defesa ficou, a princípio, sob a chefia de um civil. Um acordo tácito com autoridades do governo garantiu o poder não-militar na área e evitou o predomínio de uma força sobre as demais.
Crise com as Forças Armadas
Em março, os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica foram demitidos em conjunto, em uma situação inédita na história do País, que provocou uma crise na relação entre as Forças Armadas e o Palácio do Planalto. A reunião que selou a mudança na cúpula militar foi comandada pelo general Braga Netto logo após ele assumir o posto de ministro da Defesa no lugar do também general da reserva Fernando Azevedo e Silva.
A ordem para todas essas mudanças partiu do presidente Jair Bolsonaro, que dispensou Azevedo e Silva sob o argumento de que precisava da tropa alinhada com o governo. Foram nomeados como novos comandantes das Forças Armadas o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Exército), o almirante Almir Garnier (Marinha) e o brigadeiro Carlos de Almeida Batista Jr. (Aeronáutica).