O comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, usou o Twitter, nesta segunda-feira, 14, para afirmar que as Forças Armadas são "uma grande família, a serviço da Pátria, desde o Império e assim continuarão a ser até o fim dos tempos". A declaração ocorre dois dias depois de o Estadão mostrar que o Exército domina hoje a cúpula do Ministério da Defesa.
"(As Forças Armadas) sempre estarão unidas, sob a direção do ministro da Defesa, que ninguém se engane! Viva a Marinha de Tamandaré, o Exército de Caxias e a Força Aérea de Eduardo Gomes!", escreveu o almirante, numa referência aos patronos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, respectivamente.
Como revelou o Estadão, porém, o governo Bolsonaro alterou a composição do Ministério da Defesa, dando mais protagonismo ao Exército na cúpula do órgão, em detrimento da Marinha e da Aeronáutica. Pela primeira vez na história há um desequilíbrio no topo da estrutura tríplice da pasta, que tem 22 anos. Nos principais cargos não há mais nenhum almirante ou brigadeiro.
Está em jogo a influência sobre o destino de verbas para o setor militar, que neste ano somaram R$ 103 bilhões, conforme dados atuais do Painel do Orçamento Federal. Com a atual composição, oficiais do Exército também passaram a exercer o poder de influenciar revisões no andamento dos projetos estratégicos das três Forças.
Criada em 1999 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, numa fusão dos antigos ministérios do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, a pasta da Defesa ficou, a princípio, sob a chefia de um civil. Um acordo tácito com autoridades do governo garantiu o poder não-militar na área e evitou o predomínio de uma força sobre as demais.
Crise com as Forças Armadas
Em março, os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica foram demitidos em conjunto, em uma situação inédita na história do País, que provocou uma crise na relação entre as Forças Armadas e o Palácio do Planalto. A reunião que selou a mudança na cúpula militar foi comandada pelo general Braga Netto logo após ele assumir o posto de ministro da Defesa no lugar do também general da reserva Fernando Azevedo e Silva.
A ordem para todas essas mudanças partiu do presidente Jair Bolsonaro, que dispensou Azevedo e Silva sob o argumento de que precisava da tropa alinhada com o governo. Foram nomeados como novos comandantes das Forças Armadas o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Exército), o almirante Almir Garnier (Marinha) e o brigadeiro Carlos de Almeida Batista Jr. (Aeronáutica).
"(As Forças Armadas) sempre estarão unidas, sob a direção do ministro da Defesa, que ninguém se engane! Viva a Marinha de Tamandaré, o Exército de Caxias e a Força Aérea de Eduardo Gomes!", escreveu o almirante, numa referência aos patronos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, respectivamente.
Como revelou o Estadão, porém, o governo Bolsonaro alterou a composição do Ministério da Defesa, dando mais protagonismo ao Exército na cúpula do órgão, em detrimento da Marinha e da Aeronáutica. Pela primeira vez na história há um desequilíbrio no topo da estrutura tríplice da pasta, que tem 22 anos. Nos principais cargos não há mais nenhum almirante ou brigadeiro.
Está em jogo a influência sobre o destino de verbas para o setor militar, que neste ano somaram R$ 103 bilhões, conforme dados atuais do Painel do Orçamento Federal. Com a atual composição, oficiais do Exército também passaram a exercer o poder de influenciar revisões no andamento dos projetos estratégicos das três Forças.
Criada em 1999 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, numa fusão dos antigos ministérios do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, a pasta da Defesa ficou, a princípio, sob a chefia de um civil. Um acordo tácito com autoridades do governo garantiu o poder não-militar na área e evitou o predomínio de uma força sobre as demais.
Crise com as Forças Armadas
Em março, os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica foram demitidos em conjunto, em uma situação inédita na história do País, que provocou uma crise na relação entre as Forças Armadas e o Palácio do Planalto. A reunião que selou a mudança na cúpula militar foi comandada pelo general Braga Netto logo após ele assumir o posto de ministro da Defesa no lugar do também general da reserva Fernando Azevedo e Silva.
A ordem para todas essas mudanças partiu do presidente Jair Bolsonaro, que dispensou Azevedo e Silva sob o argumento de que precisava da tropa alinhada com o governo. Foram nomeados como novos comandantes das Forças Armadas o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Exército), o almirante Almir Garnier (Marinha) e o brigadeiro Carlos de Almeida Batista Jr. (Aeronáutica).