Desde o início da pandemia do novo coronavírus, Alexandre Kalil (PSD) e Romeu Zema (Novo) têm se estranhado. O bate-cabeça já envolveu as restrições do comércio, a falta de leitos e a produção de vacinas. O ápice, no entanto, ocorreu nesta terça-feira (15/6), quando o secretário de Saúde da capital, Jackson Machado Pinto, resolveu denunciar o que ele chama de "politização da vacina".
Segundo o secretário, o estado deixou de enviar 50 mil doses para BH. A denúncia foi feita depois que o prefeito de Belo Horizonte confirmou, na segunda-feira (14/6), que é pré-candidato ao governo de Minas Gerais em 2022.
"Não resta a menor dúvida de que isso foi por uso político da vacina. Me deixa indignado o fato de usarem a vacina – e a pandemia – como motivo de política. Fazer aglomeração para inaugurar hospital, tudo bem. É um critério político. Uma maneira de fazer política. Inaugurar e asfaltar estradas, tudo bem. Agora, usar a vacina para isso? Fico indignado", reclamou Jackson durante coletiva de imprensa.
Questionado para esclarecer o que seria a questão política, o chefe da pasta de Saúde municipal respondeu ironicamente: "Para bom entendedor, meia palavra basta."
O secretário também reclamou que o governador se vacinou contra a COVID-19 em um centro de saúde da prefeitura e não mandou nenhum aviso à Secretaria de Saúde de BH, que gostaria de recebê-lo, segundo Jackson.
Por outro lado, Kalil negou briga com o estado na época. "É um valor que impacta qualquer medida. Impacta muito no município. Mas não queremos impactar o governo de Minas mais do que ele já está", afirmou. "Adianta pegar dinheiro para Belo Horizonte para prejudicar o governo de Minas? Não é intenção. Aqui não tem gabinete do ódio".
Outro desentendimento ocorreu três semanas depois, quando Belo Horizonte, que sempre aderiu às medidas mais restritivas durante a pandemia da COVID-19, não aceitou participar do plano Minas Consciente, formulado pelo Governo de Minas, no processo de reabertura gradual do comércio.
Na época, Alexandre Kalil criticou a ação do governo estadual. "O programa de Minas é um programa jogado nas costas do prefeito. Quem resolve é o prefeito. Que programa de Minas? Quem resolve é o prefeito... Nós não precisamos de conselho. Precisamos de dinheiro e liderança. Eu não preciso de conselho. Preciso de dinheiro e liderança", reclamou.
Em 8 de abril, o governador Romeu Zema (Novo) atribuiu às prefeituras o atraso da vacinação em Minas. Horas depois, o prefeito de BH publicou, em sua conta no Twitter, o percentual de vacinados contra a COVID-19 na capital.
"Esclarecimento sobre vacinação. Chega de polêmica sem planejamento", escreveu o prefeito. Naquela data, BH havia vacinado 13,97% da população enquanto Minas Gerais estava com 9,55%, percentual menor do que a média brasileira, que na época era de 10,13%.
Na mesma data, o governador afirmou que as cidades mineiras com processo de vacinação contra a COVID-19 mais acelerado receberiam maiores volumes do imunizante. "A reserva técnica de 5%, que sempre foi separada à parte, vamos utilizar para que haja maior disponibilidade de vacinas para quem precisa. Nos municípios em que o processo de vacinação está mais ágil, vamos utilizar a reserva técnica. Quem está com maior velocidade vai receber um pouco mais de vacina", disse Zema.
No entanto, embora BH esteja em ritmo acelerado, a quantidade de imunizantes enviadas ao município foi menor na última remessa, segundo o secretário de Saúde.
Em 7 de maio, Kalil ironizou o governador pela postura adotada em relação à vacina contra o coronavírus que vem sendo produzida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). "O que a prefeitura fez foi chamar a UFMG e dizer que pode tocar o projeto. Vamos arrumar os R$ 32 milhões. Mas não fui eu que visitei lá. Foi quem não pagou. Quem não pagou visitou a UFMG hoje. Quero trocar. Ele paga e eu visito. Aí fica melhor. O que não pode é eu pagar e ele visitar", afirmou Kalil, que, mesmo sem citar o nome, fez referência à visita de Zema à universidade para participação na cerimônia de inauguração do Anexo 3A do Departamento de Química da universidade.
Segundo o secretário, o estado deixou de enviar 50 mil doses para BH. A denúncia foi feita depois que o prefeito de Belo Horizonte confirmou, na segunda-feira (14/6), que é pré-candidato ao governo de Minas Gerais em 2022.
"Não resta a menor dúvida de que isso foi por uso político da vacina. Me deixa indignado o fato de usarem a vacina – e a pandemia – como motivo de política. Fazer aglomeração para inaugurar hospital, tudo bem. É um critério político. Uma maneira de fazer política. Inaugurar e asfaltar estradas, tudo bem. Agora, usar a vacina para isso? Fico indignado", reclamou Jackson durante coletiva de imprensa.
Questionado para esclarecer o que seria a questão política, o chefe da pasta de Saúde municipal respondeu ironicamente: "Para bom entendedor, meia palavra basta."
O secretário também reclamou que o governador se vacinou contra a COVID-19 em um centro de saúde da prefeitura e não mandou nenhum aviso à Secretaria de Saúde de BH, que gostaria de recebê-lo, segundo Jackson.
Relembre outras 'faíscas' entre Kalil e Zema:
Dívida
O desgaste entre governo estadual e administração municipal ocorre desde o ano passado. A primeira faísca foi em maio, quando o prefeito mencionou, durante coletiva de imprensa, o valor da dívida do governo de Minas com a prefeitura, que seria de R$ 500 milhões.Por outro lado, Kalil negou briga com o estado na época. "É um valor que impacta qualquer medida. Impacta muito no município. Mas não queremos impactar o governo de Minas mais do que ele já está", afirmou. "Adianta pegar dinheiro para Belo Horizonte para prejudicar o governo de Minas? Não é intenção. Aqui não tem gabinete do ódio".
Leitos
Na mesma ocasião, Kalil criticou a atuação do governo do estado na falta de criação de novos leitos no interior para diminuir a demanda de pacientes por hospitais de Belo Horizonte. Dois dias depois, o governador Romeu Zema anunciou a reativação de 368 leitos de UTIs no estado.Minas Consciente
Outro desentendimento ocorreu três semanas depois, quando Belo Horizonte, que sempre aderiu às medidas mais restritivas durante a pandemia da COVID-19, não aceitou participar do plano Minas Consciente, formulado pelo Governo de Minas, no processo de reabertura gradual do comércio.
Na época, Alexandre Kalil criticou a ação do governo estadual. "O programa de Minas é um programa jogado nas costas do prefeito. Quem resolve é o prefeito. Que programa de Minas? Quem resolve é o prefeito... Nós não precisamos de conselho. Precisamos de dinheiro e liderança. Eu não preciso de conselho. Preciso de dinheiro e liderança", reclamou.
Gafe
Já em 2021, o Estado de Minas mostrou, em 29 de janeiro, a gafe diplomática cometida pelo governo de Minas Gerais, que acabou perdendo a oportunidade de compra do imunizante produzido pelo laboratório chinês Sinopharm. Questionado pelo Estado de Minas, Kalil afirmou que a gafe aconteceu "não por maldade". "É porque eles não sabem fazer", disse.Atraso
Em 8 de abril, o governador Romeu Zema (Novo) atribuiu às prefeituras o atraso da vacinação em Minas. Horas depois, o prefeito de BH publicou, em sua conta no Twitter, o percentual de vacinados contra a COVID-19 na capital.
"Esclarecimento sobre vacinação. Chega de polêmica sem planejamento", escreveu o prefeito. Naquela data, BH havia vacinado 13,97% da população enquanto Minas Gerais estava com 9,55%, percentual menor do que a média brasileira, que na época era de 10,13%.
Promessa
Na mesma data, o governador afirmou que as cidades mineiras com processo de vacinação contra a COVID-19 mais acelerado receberiam maiores volumes do imunizante. "A reserva técnica de 5%, que sempre foi separada à parte, vamos utilizar para que haja maior disponibilidade de vacinas para quem precisa. Nos municípios em que o processo de vacinação está mais ágil, vamos utilizar a reserva técnica. Quem está com maior velocidade vai receber um pouco mais de vacina", disse Zema.
No entanto, embora BH esteja em ritmo acelerado, a quantidade de imunizantes enviadas ao município foi menor na última remessa, segundo o secretário de Saúde.
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Em 7 de maio, Kalil ironizou o governador pela postura adotada em relação à vacina contra o coronavírus que vem sendo produzida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). "O que a prefeitura fez foi chamar a UFMG e dizer que pode tocar o projeto. Vamos arrumar os R$ 32 milhões. Mas não fui eu que visitei lá. Foi quem não pagou. Quem não pagou visitou a UFMG hoje. Quero trocar. Ele paga e eu visito. Aí fica melhor. O que não pode é eu pagar e ele visitar", afirmou Kalil, que, mesmo sem citar o nome, fez referência à visita de Zema à universidade para participação na cerimônia de inauguração do Anexo 3A do Departamento de Química da universidade.