O vice-presidente do Patriota, Ovasco Resende, convocou uma nova convenção do partido para o próximo dia 24, de forma presencial, no Hotel Windsor Plaza Brasília, e também virtual, por meio eletrônico. Segundo o edital de convocação, o encontro visa deliberar sobre atos do presidente nacional da sigla, Adilson Barroso, alteração estatutária, além da possibilidade de a legenda ter candidatura própria à Presidência da República. O partido está dividido.
De um lado, existe a ala chefiada por Adilson, que defende a ida do presidente Jair Bolsonaro para o partido com o objetivo de torná-lo maior. Do outro lado, está o vice-presidente, Ovasco, que reclamou da falta de diálogo na sigla e de atos individuais do presidente do partido sobre a maneira como o convite foi feito. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele acusou Adilson Barroso de alterar a composição do colégio eleitoral para garantir maioria na votação que alterou o estatuto e de favorecer a entrada dos Bolsonaro. Para tanto, houve a destituição de quatro delegados, além da dissolução de cinco diretórios estaduais, sem consulta interna. Outra acusação é de ter promovido a convenção sem divulgá-la, contrariando estatuto partidário.
Ao Correio, o secretário-geral da sigla, Jorcelino Braga, afirmou que o grupo "não tem nada contra a vinda do presidente", mas que discorda dos atos individuais do presidente nacional do Patriota, Adilson Barroso. “Vir ou não é decisão pessoal do Bolsonaro. Não temos problemas com ele, não concordamos é com os atos irregulares de Adilson. O objetivo principal da convenção é corrigir as irregularidades cometidas por ele. Adilson fez duas convenções, que entendemos que foram feitas de forma irregular. Estamos convocando uma convenção juridicamente correta, com o objetivo principal de corrigir as irregularidades cometidas”, apontou.
Essa será a terceira reunião da sigla. A fim de tentar uma conciliação do partido Adilson realizou nova convenção na última segunda-feira (14). No entanto, os membros não chegaram a um consenso, e uma parte defende, novamente, que Adilson não teve quórum qualificado para deliberação e decisões na reunião, acrescentando mais um ingrediente no imbróglio da vinda de Bolsonaro para o partido.
Além disso, o Cartório do Primeiro Ofício de Notas do Distrito Federal, do Núcleo Bandeirante, emitiu uma nota devolutiva exigindo que Adilson preste maiores esclarecimentos sobre o quórum qualificado da convenção ocorrida em 31 de maio para que possa registrar o resultado da convenção do partido, a qual aprovou a entrada de Flávio.
Na última convenção, o senador Flávio Bolsonaro, que já embarcou no Patriota, apontou que o pai deseja se filiar ao partido, mas que, para isso, precisa de segurança jurídica e que o racha interno da agremiação seja resolvido. "A percepção que dá é que não estão entendendo qual é o tamanho do jogo que a gente quer jogar", destacou na ocasião. O filho "01" do presidente também tentou passar uma mensagem apaziguadora, ressaltando que a possível ida de Bolsonaro para a legenda não significa que ele queira tomar espaço, e que compreende oposições à sua chegada. A expectativa é de que Bolsonaro dê a resposta final ainda nesta semana.