Palco de tumultos em que dois homens foram atingidos por disparos de balas de borracha da Polícia Militar no ato do último dia 29, Recife teve protestos mais tranquilos neste sábado, 19. Não há estimativas oficiais, mas o ato reuniu número menor de participantes, embora com a participação de diversos movimentos sociais e estudantis. A chuva na capital pernambucana atrapalhou o ato, e policiais, também em menor número, se mantiveram à distância, ao contrário do que ocorreu em maio.
Políticos como a deputada federal Marília Arraes (PT), que concorreu à prefeitura do Recife nas eleições de 2020, também participaram do protesto. Sem o decreto estadual que determinava o funcionamento exclusivo de serviços essenciais no fim do mês passado, o ato contou com carros de som e seguiu o mesmo trajeto, da Praça do Derby, no bairro Derby, em direção à Ponte Duarte Coelho, no centro do Recife.
Carros de polícia e de controle do trânsito foram posicionados em diversos pontos do trajeto, caminho histórico dos atos de esquerda na cidade. Ecoando o grito de "Fora Bolsonaro", ao chegar à Ponte Duarte os manifestantes se dividiram em uma bifurcação para "abraçar" todo o espaço, onde foram registrados os casos de violência policial do dia 29. Rosas foram distribuídas no final da manifestação sob o recado, em um dos carros de som: "enquanto eles nos dão bala, nós damos flores, porque o nosso ato é pela vida".
São Luís
Em maior número que no protesto de 29 de maio, manifestantes se reuniram na região central de São Luís, no Maranhão, na manhã deste sábado, em protesto contra o presidente da República. Com faixas e cartazes com frase "Fora Bolsonaro, presidente genocida", manifestantes pediram a renúncia de Bolsonaro e teceram críticas ao seu governo, pedindo celeridade nas medidas de prevenção contra a covid-19.
"O País está passando por um momento difícil e o desemprego aumentando. Somos contra as reformas que esse governo está implantando no Brasil e a favor de uma política mais séria em relação à vacinação contra a covid-19. E, hoje, estamos nas ruas também para reivindicar ao presidente que retorne com o auxílio emergencial de R$ 600", afirmou o servidor federal Raimundo Pereira.
Entidades e partidos políticos como UNE, UBES, CUT, UJS, CTB, PSTU, PCO, PSOL, PT e Sinproesemma também participaram do ato, que teve fim na praça Maria Aragão.
Goiânia
Milhares de pessoas participaram do protesto contra o presidente Bolsonaro no Setor Central de Goiânia neste sábado. A concentração para o ato começou às 9h na Praça Cívica, onde fica o centro administrativo do governo estadual. Os manifestantes saíram em caminhada pela Avenida Araguaia, Rua 4 e Avenida Goiás. O protesto foi encerrado por volta das 12h na Praça do Trabalhador, em frente à antiga Estação Ferroviária. O trajeto percorrido foi de cerca de 2 km. Os manifestantes usavam máscaras, mas não havia distanciamento.
A manifestação foi organizada por mais de 100 entidades e contou com o apoio de três carros de som. Durante o percurso, foram exibidos cartazes e palavras de ordem contra a condução da pandemia por Bolsonaro. Em menor quantidade, também houve repúdio à alta de preços de alimentos e combustível.
Entre as palavras de ordem, os manifestantes entoaram "Fora Bolsonaro Genocida" e "Vacina no braço e comida no prato". Dois manifestantes vestiam fantasias da morte com faixa presidencial. Outro grupo levou um boneco de terno e faixa presidencial, pendurado pelas pernas. A organização da manifestação estima a presença de 10 mil pessoas no ato. A Polícia Militar de Goiás não fez a contagem e acompanhou o ato com viaturas e cavalaria. O protesto foi pacífico, de acordo com a PM.