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Alves é integrante de um grupo de universitários que reuniu todos os e-mails que a empresa Pfizer, responsável por uma das vacinas contra a COVID-19, enviou para Bolsonaro, oferecendo a venda de vacinas. “São 81 e-mails que a Pfizer enviou para o governo e não teve resposta. Nós pegamos cada e-mail para mostrar que muita gente morreria, mas não essa quantidade, pois era para ter muito mais gente vacinada”.
Os estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fernando Junior, 24 anos, e Ana Beatriz Rodrigues, 22 anos, acreditam que o movimento é muito importante. “O ato é necessário, é válido, é preciso, principalmente seguindo as medidas de segurança, todo mundo de máscara PFF2, com PFF2 sendo distribuída para quem precisa e é completamente o contrário que a gente vê no ato a favor do Bolsonaro, de forma que garanta a segurança das pessoas. E é isso que a gente precisa. De gente na rua pedindo impeachment e vacina”, constatou Ana Beatriz Rodrigues.
O manifestante Geraldo Guedes, 68 anos, médico, professor da UFMG durante 35 anos e membro da associação frisou a importância do exclarecimento: “Estamos compartilhando para a população informações sobre a pandemia e a tomamos iniciativa de fazer cartilhas construtivas para a população que não tem informação e pessoas que não têm educação formal para entender a importância de combater esse vírus, a importância social de se tomar a vacina e de se usar a máscara", disse.
No dia que o Brasil atingiu a marca de 500 mil mortos pela COVID-19, manifestantes de todo o país se mobilizam para a retirada do presidente Jair Bolsonaro do poder. Ao todo, são 500.022 mortes por coronavírus no País desde o início da crise sanitária. Conforme dados divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa, das 20h de ontem até as 14h deste sábado, o Brasil também notificou 20.483 novos casos da doença, o que eleva o total acumulado para 17.822.659.
“Se fossemos seguir o que o presidente perpetua, a imunização por efeito rebanho, teríamos hoje em vez de 500 mil mortos, pelo menos um milhão. Poderíamos ter tido muito menos, se o governo federal tivesse contribuído para que essas informações chegassem com clareza à população. A gente sabe que a população trabalhadora depende de ônibus lotado, metrô, são mais vulneráveis, moram em condições desfavoráveis”, lamentou o médico Geraldo Guedes.
Além do grito contra Bolsonaro e pedidos por vacina, as causas antirracista, feminista e LGBT%2b também são pautas do protesto. Quem não pode estar nas ruas, foi até as janelas para prestar apoio aos manifestantes.
Ânghó, vice-cacique da aldeia Caturama, comunidade que foi atingida pelo crime da barragem de Brumadinho, estava representando as mulheres e a comunidade indígena. “Minha comunidade está até hoje sem reparação, tem 22 pessoas sem vacina e estamos enfrentando grileiros que estão invadindo toda a mata de reserva ‘Mata do Japonês’. Então estou no ato hoje contra esse fascista que está acabando com o nosso povo. E não estou falando só do povo indígena, estou falando de todo o povo brasileiro, de toda a classe de excluídos da sociedade: a classe estudantil, a classe trabalhista, a classe da educação e da saúde”.
A vice-cacique levou sua comunidade para apoiar o movimento ‘Fora Bolsonaro’. “O Brasil é nosso e a bandeira do Brasil é nossa, ela não é do presidente Bolsonaro. Ele não nos representa, ele não representa o povo indígena, ele não representa as mulheres, que tem a maior função de salvar esse planeta, somos nós que geramos a vida. Então eu venho aqui como mulher indígena dizer: ‘Fora Bolsonaro você não nos representa”.
Maria Teresa dos Santos, 61 anos, é do Movimento Abolicionista e sua principal motivação para participar do ato foi prejuízo que está sendo causado a população carcerária. “Depois que ele assumiu o poder, os agentes carcerários encontraram respaldo para poder fazer tudo quanto é maldade que eles podem estar fazendo com os familiares. A partir do momento que começou a pandemia, as visitas foram suspensas”.
O Movimento Abolicionista tem recebido denúncias de vários advogados do ramo e presos que deixaram o cárcere que os presos estão sendo vítima de violência. “Agora em um ato de mais crueldade ainda, eles querem tirar a pastoral carcerária de dentro do sistema prisional. É um silenciamento, não quer que ninguém vê para ninguém contar. E a gente precisa tirar esse cara do poder. Já deu! Ele é ruim para todo mundo. Tenho orado para Deus colocar no poder uma pessoa que consiga governar o país para todas as pessoas e não apenas para os ricos porque não pode haver cadeia para meia dúzia de pessoas e a gente ter um miliciano no governo do país”.
A Campanha Fora Bolsonaro, iniciativa começou há cerca de um ano e meio, é composta pela Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo, todos os partidos de esquerda, as centrais sindicais, a Coalizão Negra por Direitos, a UNE, a UBES, a CMP, o MTST, o MST, o Fórum Nacional de ONGs e outras diversas organizações.