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Estado de Minas MANIFESTAÇÃO

BH tem manifestação contra Bolsonaro e por mais vacinas antiCOVID-19

Manifestantes se reuniram na Praça da Liberdade e seguiram, na Avenida João Pinheiro, para a Avenida Afonso Pena


19/06/2021 14:36 - atualizado 19/06/2021 20:18

Concentração de manifestantes na Praça da Liberdade (foto: Túlio Santos/ D.A.Press)
Concentração de manifestantes na Praça da Liberdade (foto: Túlio Santos/ D.A.Press)
Manifestantes se concentraram na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, para se manifestar contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na tarde deste sábado (19/6). O protesto, batizado 'Mobilização por fora Bolsonaro', na capital mineira, compõe uma série de manifestações convocadas por lideranças sociais, políticos, movimentos populares e estudantis em diversas cidades do Brasil.

O Bloco da Bicicletinha reuniu ciclistas ao protesto. A concentração foi marcada para às 13h, na Praça da Ciclista, na Avenida Carandai, também na Região Centro-Sul, rumo a Praça da Liberdade. Também marcaram presença torcidas organizadas do Cruzeiro e do Atlético, unidas em pedido pela saída do presidente. Na capital mineira, manifestantes saíram às 14h50 da Praça da Liberdade, seguindo até a Praça da Estação.

Faixas e cartazes demonstravam o descontentamento com a postura do presidente da República ante a pandemia de COVID-19, que já alcançou a marca de 500 mil mortos no país. Os maniestantes pediram o impeachment de Bolsonaro. "Se o povo vai às ruas protestar em plena pandemia, é porque o governo e mais perigoso que o próprio vírus”, mostravam os cartazes espalhados pelo protestos.
 
(foto: Túlio Santos/ D.A.Press)
(foto: Túlio Santos/ D.A.Press)

A manifestante Rosa Alves, de 72 anos, disse que a luta é motivada, principalmente, pela falta de vacinação. "Apesar de termos medo do vírus, temos mais medo do que vai acontecer no Brasil. Então estamos aqui lutando pela vacina, pela democracia”.

Alves é integrante de um grupo de universitários que reuniu todos os e-mails que a empresa Pfizer, responsável por uma das vacinas contra a COVID-19, enviou para Bolsonaro, oferecendo a venda de vacinas. “São 81 e-mails que a Pfizer enviou para o governo e não teve resposta. Nós pegamos cada e-mail para mostrar que muita gente morreria, mas não essa quantidade, pois era para ter muito mais gente vacinada”.
Ver galeria . 15 Fotos BH tem manifestação contra Bolsonaro na Praça da LiberdadeTúlio Santos/EM/D.A Press
BH tem manifestação contra Bolsonaro na Praça da Liberdade (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press )


Os estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fernando Junior, 24 anos, e Ana Beatriz Rodrigues, 22 anos, acreditam que o movimento é muito importante. “O ato é necessário, é válido, é preciso, principalmente seguindo as medidas de segurança, todo mundo de máscara PFF2, com PFF2 sendo distribuída para quem precisa e é completamente o contrário que a gente vê no ato a favor do Bolsonaro, de forma que garanta a segurança das pessoas. E é isso que a gente precisa. De gente na rua pedindo impeachment e vacina”, constatou Ana Beatriz Rodrigues. 

Os organizadores pediram aos participantes para que não retirassem as máscaras de proteção do rosto, além do uso de álcool em gel e que mantivessem o distanciamento social no ato. Participantes do ato distribuem máscaras PFF2 — tidas como as mais seguras contra a COVID-19. Frascos de álcool em gel também
foram entregues.

(foto: Túlio Santos/ D.A.Press)
(foto: Túlio Santos/ D.A.Press)
Membros da Associação Brasileira de Médicos e Médicas Pela Democracia entragaram panfletos, com os dizeres: "Como enfrentar a pandemia da COVID?". O objetivo é informar a população de forma simples e objetiva. O manual entregue detalha o lockdown, além do auxílio emergencial e a importância da vacina.

O manifestante Geraldo Guedes, 68 anos, médico, professor da UFMG durante 35 anos e membro da associação frisou a importância do exclarecimento: “Estamos compartilhando para a população informações sobre a pandemia e a tomamos iniciativa de fazer cartilhas construtivas para a população que não tem informação e pessoas que não têm educação formal para entender a importância de combater esse vírus, a importância social de se tomar a vacina e de se usar a máscara", disse.

No dia que o Brasil atingiu a marca de 500 mil mortos pela COVID-19, manifestantes de todo o país se mobilizam para a retirada do presidente Jair Bolsonaro do poder. Ao todo, são 500.022 mortes por coronavírus no País desde o início da crise sanitária. Conforme dados divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa, das 20h de ontem até as 14h deste sábado, o Brasil também notificou 20.483 novos casos da doença, o que eleva o total acumulado para 17.822.659.

“Se fossemos seguir o que o presidente perpetua, a imunização por efeito rebanho, teríamos hoje em vez de 500 mil mortos, pelo menos um milhão. Poderíamos ter tido muito menos, se o governo federal tivesse contribuído para que essas informações chegassem com clareza à população. A gente sabe que a população trabalhadora depende de ônibus lotado, metrô, são mais vulneráveis, moram em condições desfavoráveis”, lamentou o médico Geraldo Guedes.  


Além do grito contra Bolsonaro e pedidos por vacina, as causas antirracista, feminista e LGBT+ também são pautas do protesto. Quem não pode estar nas ruas, foi até as janelas para prestar apoio aos manifestantes.

(foto: Vice-cacique Ânghó leva comunidade para protestar pela saída do presidente)
(foto: Vice-cacique Ânghó leva comunidade para protestar pela saída do presidente)
Ânghó, vice-cacique da aldeia Caturama, comunidade que foi atingida pelo crime da barragem de Brumadinho, estava representando as mulheres e a comunidade indígena. “Minha comunidade está até hoje sem reparação, tem 22 pessoas sem vacina e estamos enfrentando grileiros que estão invadindo toda a mata de reserva ‘Mata do Japonês’. Então estou no ato hoje contra esse fascista que está acabando com o nosso povo. E não estou falando só do povo indígena, estou falando de todo o povo brasileiro, de toda a classe de excluídos da sociedade: a classe estudantil, a classe trabalhista, a classe da educação e da saúde”.


A vice-cacique levou sua comunidade para apoiar o movimento ‘Fora Bolsonaro’. “O Brasil é nosso e a bandeira do Brasil é nossa, ela não é do presidente Bolsonaro. Ele não nos representa, ele não representa o povo indígena, ele não representa as mulheres, que tem a maior função de salvar esse planeta, somos nós que geramos a vida. Então eu venho aqui como mulher indígena dizer: ‘Fora Bolsonaro você não nos representa”.


Maria Teresa dos Santos, 61 anos, é do Movimento Abolicionista e sua principal motivação para participar do ato foi prejuízo que está sendo causado a população carcerária. “Depois que ele assumiu o poder, os agentes carcerários encontraram respaldo para poder fazer tudo quanto é maldade que eles podem estar fazendo com os familiares. A partir do momento que começou a pandemia, as visitas foram suspensas”.

 

(foto: Túlio Santos/ D.A.Press)
(foto: Túlio Santos/ D.A.Press)

O Movimento Abolicionista tem recebido denúncias de vários advogados do ramo e presos que deixaram o cárcere que os presos estão sendo vítima de violência. “Agora em um ato de mais crueldade ainda, eles querem tirar a pastoral carcerária de dentro do sistema prisional. É um silenciamento, não quer que ninguém vê para ninguém contar. E a gente precisa tirar esse cara do poder. Já deu! Ele é ruim para todo mundo. Tenho orado para Deus colocar no poder uma pessoa que consiga governar o país para todas as pessoas e não apenas para os ricos porque não pode haver cadeia para meia dúzia de pessoas e a gente ter um miliciano no governo do país”.

 
(foto: Túlio Santos/ D.A.Press)
(foto: Túlio Santos/ D.A.Press)

A Campanha Fora Bolsonaro, iniciativa começou há cerca de um ano e meio, é composta pela Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo, todos os partidos de esquerda, as centrais sindicais, a Coalizão Negra por Direitos, a UNE, a UBES, a CMP, o MTST, o MST, o Fórum Nacional de ONGs e outras diversas organizações.

Com informações de Ana Mendonça*


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