Em maio de 2020, o empresário Carlos Wizard, apontado como um dos membros do "gabinete paralelo" de Jair Bolsonaro (sem partido), apresentou o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello em uma live e afirmou ter recebido a “missão” de acompanhar contratos e “forrar o Brasil com hidroxicloroquina”.
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“Vou ter apresentar o nosso ministro da Saúde, general Pazuello. Estou falando aqui com a "Istoé" e com o nosso colega Celso. Ele quer uma palavra sua. Pode ser?“ Pazuello responde: “E aí irmão, tudo bem?."
Em seguida, o empresário começa a falar sobre os fornecedores do remédio sem eficácia. De acordo com Wizard, o Brasil “logo, logo” vai ser “forrado com medicamentos ainda na fase inicial do tratamento”
“A missão que o general me passou foi de acompanhar os grandes fornecedores, os grandes contratos. Você sabe que o orçamento que nós temos no Ministério da Saúde é um dos maiores que nós temos da nação. Logo, logo, você vai ver aí que o Brasil vai ser forrado com medicamentos ainda na fase inicial do tratamento, cloroquina, hidroxicloroquina”, afirmou.
Wizard é apontado pelos senadores como um dos líderes do chamado “gabinete paralelo”, grupo de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro para o enfrentamento da pandemia e que teria incentivado o uso de medicamentos sem comprovação de eficácia contra COVID-19.
Na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, que acontece no Senado, o empresário iria depor na condição de testemunha. Na sexta-feira (18/6), ele foi classificado como investigado.