O deputado Osmar Terra (MDB-RS), apontado como um dos principais influenciadores do presidente Jair Bolsonaro na pandemia de covid-19, comentou sobre reunião de abril do ano passado, no Planalto, que contou com a presença médica Ludhmila Hajjar. De acordo com o parlamentar, a reunião discutiu a "razão de ser" da cloroquina e, à época, ele não sabia de nenhuma discussão referente à médica assumir o Ministério da Saúde no lugar de Eduardo Pazuello.
Terra afirmou que o encontro, que aconteceu em 1º de abril do ano passado, contou com a presença de médicos de vários hospitais de São Paulo, que foram convidados para discutir o uso de medicamentos sem a eficácia comprovada para o tratamento da covid. De acordo com o parlamentar, ele foi chamado para a reunião de última hora, e não falou muito durante o evento. Sobre a opinião de Hajjar com relação ao uso da cloroquina para combater a covid, Terra afirmou não lembrar da posição da médica.
O deputado também negou ter comparecido à reunião que contou com a presença da doutora Nise Yamaguchi, onde teria sido sugerida a mudança da bula da cloroquina, por decreto, para que o medicamento fosse indicado para tratar a covid. Segundo Terra, ele se encontrou com a médica, mas para um almoço, a convite do presidente da República.
Terra reclamou das suposições sobre sua participação em um "gabinete paralelo" de aconselhamento ao presidente. "Parece que toda pessoa que o presidente ouve é culpado, está influenciando", disse, após negar a existência do grupo. O deputado negou também que tenha participado de qualquer reunião com as pessoas citadas pelos senadores como integrantes do grupo de aconselhamento do presidente.
Durante sua oitiva na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o parlamentar voltou a criticar a estratégia de isolamento social para combater a disseminação do novo coronavírus no Brasil. A afirmação de Terra foi rebatida pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que afirmou que seu Estado adotou a estratégia, e teve a menor taxa de morte por habitante no País.
O deputado também se defendeu, após Gama apontar que todas as suas projeções com relação à pandemia estavam erradas, afirmando que tinha a obrigação de falar o que ele achava, e que suas opiniões eram feitas com base em dados científicos e em sua experiência pregressa em outras emergências de saúde.