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A ideia da gestão era utilizar a verba para financiar intervenções que solucionem alagamentos, como os ocorridos na Vilarinho. A urbanização de áreas de risco que estão no entorno das bacias, como as ocupações Izidora, Helena Greco, Dandara, Vitória e Rosa Leão, também constava na proposta. Se houvesse autorização legislativa, moradores de imóveis irregulares da região seriam beneficiados e auxiliados.
A prefeitura esperava captar os US$ 167 milhões junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) – ou outra instituição financeira.
Em março, o governo de Kalil e a Organizações das Nações Unidas (ONU) firmaram acordo para o desenvolvimento de Plano de Urbanização Sustentável na Izidora.
“Não moro lá, mas fui lá. Quando o pessoal votou contra, nenhum botou o pé no Izidora. Nunca botaram o pé no Vilarinho. Nunca foram ver um corpo enterrado por causa de um soterramento — e eu fui lá ver com meus olhos. Botei a botina; não fui de helicóptero”, criticou Kalil.
Segundo o prefeito, a relação do poder Executivo com o Parlamento municipal é permeada por “tapas e beijos”. “Espero que sejam mais beijos”, projetou.
Rejeição é tida como ‘imoral’
Para Kalil, o veto dos parlamentares municipais à operação financeira é “imoral”. Na visão do pessedista, o papel do poder Executivo é remeter, ao vereadores, projetos de interesse de Belo Horizonte.
“Nunca tive relacionamento bom ou mal com a Câmara. Nem no mandato passado. Porque nunca foi uma coisa imoral para ser votada lá dentro. Imoral, e que vão carregar para o resto da vida, foi essa votação de (quase) R$ 1 bilhão. Vão carregar para o resto da vida e quando botarem a cabeça no travesseiro”, disparou.
A Bacia do Isidoro compreende os córregos do vetor Norte belo-horizontino. São quatro córregos principais: Vilarinho e Nado, em Venda Nova; Terra Vermelha e Floresta, na Região Norte da cidade. A prefeitura já toca obras na área.
Uma das intervenções é a construção de uma estrutura para armazenamento de água. Atualmente, a PBH trabalha em prol de melhorias nos córregos do Vilarinho e do Nado. Uma estrutura hidráulica, popularmente conhecida como piscinão, está sendo construída no encontro dos dois córregos, nas proximidades da estação Vilarinho do metrô, onde os alagamentos são frequentes.
O empréstimo, além das questões urbanísticas, autorizaria a construção de outros reservatórios no entorno da bacia.
Elogios a emendas impositivas
Se deixa transparecer o descontentamento com o resultado da votação sobre o empréstimo para as áreas de risco, Alexandre Kalil elogiou a tramitação de Proposta de Emenda à Lei Orgânica (Pelo) que estabelece a execução obrigatória de emendas individuais parlamentares, oriundas dos vereadores, ao Orçamento Municipal de BH.
A ideia é que os 41 vereadores dividam R$ 110 milhões para livre destinação. Metade de todo o montante devem ir para saúde e educação. Na segunda (20), o texto foi aprovado em 1° turno. Depois, retornou às comissões temáticas para ajuste antes da análise derradeira.
“O dinheiro da prefeitura é para gastar na cidade mesmo. Cada vereador sabe onde põe”, ressaltou Kalil, que pediu aos vereadores da base aliada que votassem pela aprovação da proposta.