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Estado de Minas EMPRÉSTIMO FRUSTRADO

Kalil: veto da CMBH a verba para conter enchentes na Vilarinho foi 'crime'

Ao Estado de Minas, prefeito de Belo Horizonte lembrou que operação financeira seria essencial para melhorias em áreas de risco


23/06/2021 11:00 - atualizado 23/06/2021 14:21

Prefeito de Belo Horizonte concedeu entrevista exclusiva ao Estado de Minas(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Prefeito de Belo Horizonte concedeu entrevista exclusiva ao Estado de Minas (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
O prefeito de Belo HorizonteAlexandre Kalil (PSD), não esconde a decepção com os 12 vereadores que barraram o projeto de lei para a concessão de um empréstimo de US$ 167 milhões - R$ 907 milhões à época do veto, em março. O poder Executivo esperava utilizar o dinheiro para urbanizar ocupações e conter enchentes na Bacia do Ribeirão Isidoro e na região da Avenida Vilarinho, no Vetor Norte da cidade. Em entrevista ao Estado de Minas, Kalil chamou a rejeição ao texto de “crime”.

 

 

Leia também: 'Se provar, o mundo vai cair', diz Kalil sobre superfaturamento da Covaxin 

 


“Aquilo foi um crime. Um crime contra a pobreza. Um crime contra a fome. Um crime contra (soluções para a) inundação. Aquilo é crime. É o dinheiro mais barato do mundo, que foi politizado. Por ignorância, porque eles achavam que era um dinheiro que eu usaria como prefeito”, disse, nessa terça-feira (22/6), lembrando que, em operações do tipo, trâmites levam certo tempo.

A ideia da gestão era utilizar a verba para financiar intervenções que solucionem alagamentos, como os ocorridos na Vilarinho. A urbanização de áreas de risco que estão no entorno das bacias, como as ocupações Izidora, Helena Greco, Dandara, Vitória e Rosa Leão, também constava na proposta. Se houvesse autorização legislativa, moradores de imóveis irregulares da região seriam beneficiados e auxiliados.

A prefeitura esperava captar os US$ 167 milhões junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) – ou outra instituição financeira.

Em março, o governo de Kalil e a Organizações das Nações Unidas (ONU) firmaram acordo para o desenvolvimento de Plano de Urbanização Sustentável na Izidora.

“Não moro lá, mas fui lá. Quando o pessoal votou contra, nenhum botou o pé no Izidora. Nunca botaram o pé no Vilarinho. Nunca foram ver um corpo enterrado por causa de um soterramento — e eu fui lá ver com meus olhos. Botei a botina; não fui de helicóptero”, criticou Kalil.

Segundo o prefeito, a relação do poder Executivo com o Parlamento municipal é permeada por “tapas e beijos”. “Espero que sejam mais beijos”, projetou.

Rejeição é tida como ‘imoral’


Para Kalil, o veto dos parlamentares municipais à operação financeira é “imoral”. Na visão do pessedista, o papel do poder Executivo é remeter, ao vereadores, projetos de interesse de Belo Horizonte.

“Nunca tive relacionamento bom ou mal com a Câmara. Nem no mandato passado. Porque nunca foi uma coisa imoral para ser votada lá dentro. Imoral, e que vão carregar para o resto da vida, foi essa votação de (quase) R$ 1 bilhão. Vão carregar para o resto da vida e quando botarem a cabeça no travesseiro”, disparou.

A Bacia do Isidoro compreende os córregos do vetor Norte belo-horizontino. São quatro córregos principais: Vilarinho e Nado, em Venda Nova; Terra Vermelha e Floresta, na Região Norte da cidade. A prefeitura já toca obras na área.

Uma das intervenções é a construção de uma estrutura para armazenamento de água. Atualmente, a PBH trabalha em prol de melhorias nos córregos do Vilarinho e do Nado. Uma estrutura hidráulica, popularmente conhecida como piscinão, está sendo construída no encontro dos dois córregos, nas proximidades da estação Vilarinho do metrô, onde os alagamentos são frequentes.

O empréstimo, além das questões urbanísticas, autorizaria a construção de outros reservatórios no entorno da bacia.

Elogios a emendas impositivas


Se deixa transparecer o descontentamento com o resultado da votação sobre o empréstimo para as áreas de risco, Alexandre Kalil elogiou a tramitação de Proposta de Emenda à Lei Orgânica (Pelo) que estabelece a execução obrigatória de emendas individuais parlamentares, oriundas dos vereadores, ao Orçamento Municipal de BH.

A ideia é que os 41 vereadores dividam R$ 110 milhões para livre destinação. Metade de todo o montante devem ir para saúde e educação. Na segunda (20), o texto foi aprovado em 1° turno. Depois, retornou às comissões temáticas para ajuste antes da análise derradeira.

“O dinheiro da prefeitura é para gastar na cidade mesmo. Cada vereador sabe onde põe”, ressaltou Kalil, que pediu aos vereadores da base aliada que votassem pela aprovação da proposta.

 

 


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