O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), continua dizendo ser avesso a “rótulos” políticos. Apesar disso, diz que aceitaria apoios de partidos de campos opostos, como o PT e o PSL. Mesmo afirmando que composições são bem-vindas, garante que não vai “pular no colo” do petista Luiz Inácio Lula da Silva.
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Ele lembrou que o ex-presidente e Jair Bolsonaro (sem partido) trabalharam contra a sua reeleição, no ano passado. Na semana passada, Kalil admitiu ser pré-candidato ao governo mineiro.
“Vamos ver o que vai acontecer até lá. Falta muita água para passar debaixo dessa ponte”, ressaltou ontem. “Apoio, eu quero de todo mundo. Do Novo, do PT, do PDT, do PSB… Quero apoio de todos. Do PSL (também)”, exemplificou, ao tratar de possíveis alianças, visto que é tido como iminente concorrente de Romeu Zema (Novo) ao Palácio Tiradentes.
Neste ano, Kalil se reuniu com Fernando Haddad, que representou o PT na disputa presidencial de 2018. Carlos Lupi, que comanda o diretório nacional pedetista, também esteve em Belo Horizonte. Anteriormente, houve encontro com Carlos Siqueira, que preside o PSB.
O prefeito diz que vai manter o diálogo com diversas forças. Ele não se furta, inclusive, a conversar com lideranças antagônicas.
“Se o Bolsonaro vier, ou me convocar, eu vou lá. Se o Lula vier aqui, será muito bem recebido”, garantiu.
Na entrevista ao EM, Kalil voltou a afirmar que não pode ser rotulado em termos políticos. “Já tenho uma etiqueta. Sou atleticano. É como brinquei: daqui a pouco, vão descobrir uma tatuagem do Cruzeiro na minha coxa. Querem colocar estrela no meu peito e que eu pegue em armas. Não entra na cabeça de ninguém que não tenho etiqueta”.
Papel em eleição presidencial
Ao ser perguntado sobre a disputa que bolsonaristas e petistas devem travar no próximo ano, Alexandre Kalil diz não descartar a neutralidade. Para isso, recorre à última eleição belo-horizontina.
“Me dou o direito, inclusive, de ficar neutro. Quem veio me ajudar na minha reeleição? Vocês tiveram notícias de Bolsonaro ou Lula aqui? Por que sou obrigado a não cruzar os braços e a não dizer ‘vota em quem quiser’?”, indagou. “Os dois tentaram puxar o meu pé aqui”, falou.
Mesmo assim, o prefeito reconhece que pode optar por algum caminho. “Posso chegar e falar ‘não vou ficar neutro, não. E qual é a força que eu tenho? Isso tem que ser me dito. Parece que o apoio do prefeito de Belo Horizonte pode mudar o cenário nacional. Até nisso tem que ter autocrítica. O que vai mudar se eu apoiar um ou outro?”, completou.