A CPI da Covid aprovou nesta quarta-feira (23) a convocação do Tenente-coronel Alex Lial Marinho, ex-coordenador-geral de Logística de Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, assim como a quebra de sigilo telefônico, fiscal, bancário e telemático de Marinho. Documentos recebidos pela CPI apontam que o ex-coordenador teria "atuado fortemente" pela entrada da vacina indiana Covaxin no Brasil.
A compra do imunizante é investigada pela comissão. Como mostrou o Estadão, o Executivo adquiriu o imunizante por um preço 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciado pela própria fabricante.
Com o mesmo objetivo de apurar as circunstâncias da negociação, a CPI aprovou o convite para que o deputado Luis Miranda (DEM-DF), e seu irmão, Luis Ricardo Fernandes Miranda, prestem depoimento à comissão. Luis Ricardo é servidor do Ministério da Saúde.
De acordo com fontes, Luis Miranda levou a denúncia de um suposto esquema de corrupção envolvendo a compra da vacina Covaxin no dia 20 de março para o presidente da República, Jair Bolsonaro. Apesar do aviso, o governo seguiu com o contrato. O irmão dele é o servidor do Ministério da Saúde que depôs ao Ministério Público Federal (MPF) sobre a compra da vacina e citou Alex Lial Marinho.
Nesta quarta-feira, a CPI também aprovou a convocação da Diretora da Diretoria de Integridade (DINTEG), Carolina Palhares Lima. "A Diretoria de Integridade foi criada com o objetivo de fiscalizar, internamente, os atos do Ministério da Saúde. Em 2020 já havia enviado ao TCU a informação sobre irregularidades na compra de kits de reagentes e insumos utilizados em testes de Covid-19", justificou o senador Humberto Costa (PT-PE).
A CPI ainda aprovou a convocação de Thais Amaral Moura, assessora do Palácio do Planalto, que foi apontada como responsável pelos requerimentos apresentados por aliados do presidente Jair Bolsonaro na CPI da Covid.