Logo após a notícia da exoneração do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, o delegado da Polícia Federal Ricardo Alexandre Saraiva, que denunciou Salles, foi até as redes sociais comemorar a saída do ex-ministro do governo Bolsonaro.
"Eu avisei que não ia passar boiada", escreveu Saraiva nas redes sociais.
Em seguida, o delegado postou, em tom irônico: "E eu continuo delegado da Polícia Federal".
Salles é alvo de duas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação, chamada de operação Akuanduba, visa apurar crimes contra a administração pública – corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando – supostamente praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro, diz a PF.
Saraiva foi o responsável pela execução das denúncias.
O STF determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do então ministro do Meio Ambiente e de servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A gestão de Salles foi marcada por uma série de polêmicas. A mais conhecida, quando o ministro afirmou, na reunião ministerial de 22 de abril de 2020, que Bolsonaro deveria aproveitar a pandemia para "ir passando a boiada", alterando regras ambientais.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina