O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência do Brasil, Onyx Lorenzoni, criticou qualquer esquema de corrupção e disse que o governo “é diferente”. A declaração foi dada nesta quarta-feira (23/6), menos de um ano após ele admitir caixa 2 e fazer acordo com a Procuradoria-Geral da República para pagar R$ 189 mil e encerrar investigação.
“Quero lembrar aqui que este governo está no 30º mês sem nenhum caso de corrupção. Vou repetir: 30º mês sem nenhum caso de corrupção e assim ele continuará. Porque gostem ou não, nós somos diferentes”, afirmou o ministro.
No entanto, em agosto de 2020 a defesa de Onyx divulgou uma nota informando que ele havia firmado o "acordo de não-persecução penal", previsto na Lei Anticrime e que livra o criminoso de punição pelo que fez.
A medida é apresentada pelo Ministério Público ao investigado, desde que ele admita a prática de crime, cometido sem violência e grave ameaça, com pena mínima inferior a 4 anos.
A medida é apresentada pelo Ministério Público ao investigado, desde que ele admita a prática de crime, cometido sem violência e grave ameaça, com pena mínima inferior a 4 anos.
"Gostem ou não, nós somos diferentes"
Onyx Lorenzoni, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência
O ministro admitiu o recebimento de recursos pela J&F não declarados à Justiça Eleitoral nas campanhas eleitorais dele em 2012 e em 2014.
Confira a nota divulgada à imprensa na época:
“A defesa do Deputado Federal Onyx Lorenzoni firmou acordo de não-persecução penal com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele admitiu o recebimento de doações em sua campanha eleitoral para Deputado Federal e pagará R$ 189 mil como prestação pecuniária, recursos que buscará através de empréstimo bancário. Afirmamos que nosso cliente decidiu procurar as autoridades com a intenção de colaborar e dar um desfecho final ao processo. Recordamos também que, quando a delação da JBS veio a público, o Deputado Onyx desconhecia a origem do recurso.
Ademais, diante da nova legislação processual e com a intenção de solucionar isso de uma vez por todas, foi postulado junto à Procuradoria-Geral da República o acordo de não-persecução penal. Agora, esperamos que o Supremo homologue o acordo e a causa seja extinta.
Daniel Leon Bialski e o Adão Paiani
Brasília/DF, 03 de agosto de 2020.”