Jornal Estado de Minas

INVESTIGAÇÃO

Aziz dispara contra Bolsonaro na CPI da COVID: ''O presidente prevaricou''

O senador Jorginho Mello (PL-SC), aliado do governo, disse à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID nesta sexta-feira (25/6) que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello teria investigado a situação das irregularidades na compra da vacina Covaxin. A declaração irritou o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), que comprovou pelas datas que seria impossível e disparou contra o presidente da República, Jair Bolsonaro. "Ele prevaricou."





“Ontem, vossa excelência teria dito em uma entrevista que o presidente encaminhou para o Pazuello investigar. O senhor confirma isso?”, questionou Omar. Jorginho confirmou: “Ele verificou e devolveu a resposta ao presidente, disse que não havia nada irregular”, respondeu.

O presidente da CPI fez, então, uma análise sobre as datas para desmentir a informação. Segundo o deputado Luis Miranda (DEM-DF), a informação de irregularidades na compra da vacina foi levada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 20 de março.

O ex-ministro Eduardo Pazuello foi exonerado três dias depois, 23. 

“Impossível, senador. No dia 20 (sábado), 21 (domingo), 22 (segunda-feira), dia 23 ele não era mais ministro. Como é que pode, o ministro Pazuello, sendo em um domingo, que não teria acesso a nenhum documento já que o ministério não estava funcionando, na segunda-feira ele já tinha dado uma declaração de que estava saindo. Como ele pode ter informado ao presidente uma denúncia tão séria, levada por um servidor. Como pode ter dado uma resposta?”, criticou Omar. “É impossível, cronologicamente, isso ter acontecido”, acrescentou.

Em seguida, ele afirma que o senador Jorginho Mello foi "enganado" pelo presidente. “O senador Jorginho foi enganado pelo Palácio do Planalto porque o Pazuello, naquela altura, não investigou absolutamente nada, o presidente não mandou investigar absolutamente nada. Mandou investigar hoje, muito tempo depois”, afirmou.

Omar ainda atacou Bolsonaro. “Para quem prega, para quem assaca, para quem joga flecha, para quem joga pedra em todos, ele prevaricou. Prevaricou. Não é verdade que o Pazuello teve condições de investigar”, criticou.





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