Jornal Estado de Minas

LÍDER DE GOVERNO

Ricardo Barros já ameaçou 'enquadrar' Anvisa para aprovação da Covaxin

Citado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID no Senado Federal nesta sexta-feira (25/6), o deputado Ricardo Barros (PP-PR) é líder do governo na Câmara dos Deputados. Ele, inclusive, apresentou emenda que ajudou na importação da vacina indiana Covaxin.



O parlamentar ainda tem histórico de investigação por favorecimento da Global Saúde, sócia da Precisa Medicamentos, empresa que vendeu a Covaxin para o governo federal.

Desde fevereiro, o deputado cobra agilidade para a liberação da vacina indiana. Em entrevista ao Estadão, ele disse que iria fazer pressão política e apresentar uma proposta à Câmara para "enquadrar" a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Eu vou tomar providências, vou agir contra a falta de percepção da Anvisa sobre o momento de emergência que nós vivemos. O problema não está na Saúde, está na Anvisa. Nós vamos enquadrar”, declarou.

Em 29 de abril, o deputado disse em plenário que queria mais agilidade da Anvisa para aprovar vacinas como a Covaxin. A fabricante, Bharat Biotech, teve o certificado de boas práticas negado pela agência, o que atrasou a autorização para a importação das doses compradas.





A Medida Provisória (MP) permite que a Anvisa conceda autorização para a importação e distribuição de quaisquer vacinas, insumos ou medicamentos sem registro desde que aprovadas pela autoridade sanitária em outros países.

A emenda de Barros acrescentou a Central Drugs Standard Control Organization (CDSCO), da Índia, no rol de órgãos habilitados para dar essa autorização.

Em nota, o deputado defendeu a emenda pelo interesse em importações da Índia.

"A Índia é uma das maiores produtoras de insumos de medicamentos e vacinas no mundo. A inclusão do órgão de saúde da Índia no artigo 16 da MP também foi motivo de emendas dos deputados Orlando Silva (Emenda 102) e Renildo Calheiros (Emenda 77), ambas protocoladas em 3 de fevereiro. Ressalta-se ainda que o artigo 16 passou a incluir mais de 10 Agências de Vigilância Sanitária ou órgãos semelhantes de diversos países, no texto original eram apenas cinco."



Revelação

 
Nesta sexta-feira (25/6), o nome de Ricardo Barros foi mencionado pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF). Miranda confirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) citou o nome de Barros ao ouvir denúncias de irregularidades na compra da vacina Covaxin.
 
"Eu sei o que vai acontecer comigo. A senhora também sabe que é o Ricardo Barros que o presidente falou", afirmou Luis Miranda.

Simone Tebet insistiu: "O senhor confirma?"

"Foi o Ricardo Barros que o presidente falou. Foi o Ricardo Barros", repetiu Miranda. 

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