Dez anos após deixar o DEM para fundar o PSD, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab aposta em lançar candidaturas nos três maiores colégios eleitorais do País e fala em um nome próprio na disputa presidencial para manter o partido entre os cinco maiores do Brasil. Há uma extensa lista de possibilidades, segundo o líder da legenda: o senador Antonio Anastasia (MG), o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, o governador do Paraná, Ratinho Júnior, o deputado federal Fábio Traud (MS) e o senador Otto Alencar (BA).
Leia Mais
Kalil diz que Bolsonaro não o atende e cita 'pão de queijo' pago em visitaKalil sobre Lula: 'Estava na televisão em novembro pedindo voto contra mim''Se provar, o mundo vai cair', diz Kalil sobre superfaturamento da Covaxin Anastasia comemora presença em comissão que fiscalizará eleições de 2022Anastasia vai tentar reeleição ao SenadoExcesso de peso em deque pode ter matado irmã de deputado mineiro no RSKassab quer Pacheco no Planalto: 'Mais preparado para disputar e ganhar'Após perder Flávio Dino, fantasma da extinção cresce no PCdoBO partido teve um crescimento considerável nas eleições municipais do ano passado, saltando de 538 para 634 prefeitos eleitos, mantendo-se como o 3.º do País com mais municípios. Com 35 deputados federais, o PSD tem a quarta maior bancada da Câmara e um ministro (Fábio Faria, das Comunicações), mas tenta se desvencilhar do Centrão, o consórcio de partidos que dá sustentação ao presidente da República. "O PSD não tem problemas de convivência com partidos do centro, mas desde o início não integra esse bloco", disse.
Desde o final do ano passado Kassab passou a se dedicar às articulações do PSD para 2022. A prioridade do partido, afirma, vai ser crescer "com qualidade". "Nossa meta é continuar entre os cinco principais partidos do Brasil depois das eleições", disse. Sua prioridade até agora é avançar em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Tendo como ativo o tempo de TV e um Fundo Eleitoral consistente, Kassab atraiu o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e seu grupo político. Assim como Kassab, o chefe do executivo carioca também mantém uma porta aberta com Lula e dialoga com a frente de esquerda que se forma em torno do deputado Marcelo Freixo (PSB), mas planeja lançar o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, como candidato a governador da "terceira via" fluminense.
Kalil 'consolida' PSD em MG
Em Minas, o cenário está consolidado, segundo Kassab, com a candidatura do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, ao governo. "Se ele não quiser, será o senador Carlos Viana", afirmou. O partido ainda tem o senador e ex-governador Antonio Anastasia.
Em São Paulo, o partido pode receber o ex-governador Geraldo Alckmin, que ficou isolado no PSDB e passou a conversar com outras legendas sobre uma eventual candidatura. Se decidir deixar mesmo o PSDB, Alckmin assumiria o controle do PSD-SP com "porteira fechada" assim como Paes no Rio.
No plano nacional, Kassab afirma que o seu partido terá uma candidatura presidencial. "A gente entende que é fundamental ter uma candidatura própria para o partido ter uma cara", disse. "Defendemos alguém com o perfil da Luiza Trajano ou do Rodrigo Pacheco (presidente do Senado)".
Os números credenciam Kassab a falar em candidatura própria: 650 prefeitos eleitos, 5671 vereadores e mais votos no cômputo geral que o PSDB e DEM.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.