Pouco mais de um ano depois de afirmar que seria necessário que a COVID-19 viajasse “um pouco”, Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, considera que a declaração foi “infeliz” e que não a diria novamente. Em entrevista exclusiva nesta segunda-feira (28/6) ao Estado de Minas, o chefe do Executivo mineiro reconheceu que a fala foi inadequada.
“Foi uma declaração infeliz, e hoje eu falaria diferente”, disse Zema, nesta segunda. A fala de Zema sobre a viagem do vírus aconteceu em abril de 2020.
Na ocasião, com um mês de pandemia e com o debate sobre o fechamento da atividade comercial ou não, o governador citou a “necessidade” de o coronavírus viajar entre as regiões. A declaração foi dada durante uma videoconferência com a XP Investimentos, corretora de valores.
“Temos observado que em muitas regiões, muitas cidades, os casos existentes, ou até a ausência de casos, não justificam o fechamento total do comércio. Até porque, nesta crise, nós precisamos que o vírus viaje um pouco. Se nós impedirmos ele totalmente, ele acaba deixando algumas regiões sem estar infectadas e amanhã nós vamos ter uma onda gigantesca nesta região. Então, o ideal é que ele se propague mais devagar, e a ausência total de propagação é ruim”, disse Zema, à época.
Segundo dados desta segunda-feira do governo de Minas, o estado perdeu 45.924 vidas por causa da COVID-19. Minas teve também, ao todo, 1.788.725 infecções, com 1.659.641 pessoas recuperadas e outros 83.160 casos em acompanhamento médico. O estado recebeu 13.441.624 doses de imunizantes e distribuiu 11.555.835, com aplicação de 6.858.758 (primeira dose) e 2.673.898 (segunda dose).
De acordo com dados disponibilizados nesse domingo (27/6) pelo Ministério da Saúde, o Brasil perdeu 513.474 vidas por conta das complicações causadas pela COVID-19. São 18.420.598 casos confirmados no país desde o início da pandemia, em março de 2020.