O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que tem relação "tranquila" com o novo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Pereira Leite, com quem se reuniu hoje (2) pela primeira vez para "acertar questões de coordenação" das operações de combate a crimes ambientais.
"O ministro Joaquim tem uma outra forma de agir. Obviamente, cada pessoa tem sua maneira de ser. Vai melhorar para todo mundo", disse após ser questionado sobre atritos com o ex-titular do ministério Ricardo Salles, investigado pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento em facilitação de exportação ilegal de madeira para o exterior.
Mourão, que também é presidente do Conselho Nacional da Amazônia, negou que tenha tido embates com Salles e justificou a ausência do ex-ministro em reuniões do órgão: "depois de algumas situações que ele estava enfrentando, eu até entendia", disse.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 2.308 focos de calor na Amazônia em junho, maior número do mês nos últimos 14 anos. O vice-presidente minimizou o resultado. "A média histórica de junho é de 2.700. Nós ficamos em 2.308. Não é um número bom, mas a realidade é a seguinte: são nove pontos de queimada efetivo. Um foco de calor não é uma queimada, é uma mera fogueira. A pior área é no noroeste do Mato Grosso ao longo da BR-158. Não é uma área de selva, é cerrado".
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assinou, no último dia 28, decreto que autoriza a atuação das Forças Armadas na Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em terras indígenas e áreas federais de conservação ambiental até 31 de agosto. A medida também permite aos governadores requisitarem a presença do Exército em regiões sob controle de seus Estados.
As operações devem ser coordenadas pelo Conselho da Amazônia em conjunto com órgãos de segurança pública e proteção ambiental. De acordo com o governo, os esforços serão concentrados em regiões estratégicas de 26 municípios dos estados do Amazonas, Rondônia, Pará e do Mato Grosso onde ocorrem 70% dos crimes ambientais.
Mourão evitou comentar o pedido do vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, de abertura de inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro por suposta prevaricação no caso da negociação da vacina indiana Covaxin. "Não me aprofundei nesse assunto ainda", esquivou-se.
Em seguida, defendeu o governo ao alegar que "todos os presidentes da República sofreram algum tipo de acusação". "O próprio presidente Temer passou um tempo sendo acusado das mais diversas coisas em processos partindo do então procurador-geral da república, o doutor Rodrigo Janot", disse.
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