O consultor técnico Willian Santana relatou que verificou uma série de erros e inconsistências nas informações enviadas pela Precisa Medicamentos ao Ministério da Saúde na compra da vacina indiana Covaxin. O contrato é investigado pela CPI da COVID. Os senadores suspeitam de um esquema de corrupção no Ministério da Saúde para a compra das doses produzidas pelo laboratório indiano Barath Biontech.
Leia Mais
Sem citar CPI, nota dos Bispos da CNBB apoia apurar corrupção no combate à CovidCPI da COVID recebe documentação de contrato da Covaxin''Já está certo quem vai ser presidente o ano que vem'', diz Bolsonaro Randolfe para William Santana, na CPI: 'O Brasil precisa homenagear você'CPI: William diz que houve acordo para continuar processo da Covaxin Renan diz que CPI não teme 'quarteladas' e cobra apoio de Pacheco e LiraBolsonaro volta a atacar eleições, e acusa: 'A fraude está no TSE'Os documentos foram enviados pela empresa para William e outros contatos do Ministério da Saúde entre os dias 16 e 24 de março. No primeiro contato, a Precisa encaminhou apenas o contrato assinado. A primeira invoice chegou no dia 18, com erros. Ele afirmou ter acionado, no dia 22 de março, a fiscal do contrato, Regina Célia, apontando divergências.
A quantidade de doses para o primeiro embarque estava menor e o documento trazia o nome de uma empresa que não fazia parte do contrato assinado, conforme o depoimento. "Eu liguei para a fiscal do contrato e relatei a divergência da quantidade e a divergência da empresa. Eu já havia mandando um e-mail falando da data", relatou. "Estava fazendo vários processos ao mesmo tempo. Eu acompanho o andamento de outros contratos, esse foi apenas mais um naquele dia corrido."
Além disso, o servidor verificou outros erros que chamaram atenção, até mesmo no nome do Ministério da Saúde. Também não havia, de acordo com Santana, descrição sobre o porto pelo qual chegaria a vacina, além da ausência de detalhes com o peso bruto e líquido da carga e a descrição de armazenamento e transporte.
Na segunda invoice, outra inconsistência: a previsão de pagamento antecipado pelas doses, o que não estava previsto no contrato. Na terceira versão, enviada no dia 23, ainda havia erros. A descrição da carga no documento estava compatível com o transporte marítimo, sendo que a vacina seria enviada por avião.
De acordo com o técnico, a representante da Precisa, Emanuela Medrades, se prontificou em corrigir as informações, mas, em todas as versões enviadas, ainda havia erros. O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), chamou atenção para as informações nos documentos. "O nome disso não é erro. É golpe", declarou Renan.