A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID encerrou a sessão desta terça-feira (13/7) sem respostas da diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades. Ela declarou exaustão e por isso, o presidente Omar Aziz (PSD-AM) adiou o depoimento para esta quarta-feira (14/7), a partir das 9h.
- Opinião sem medo: 'A suposta trambiqueira de vacinas está exausta tadinha? Eu também"
- Opinião sem medo: 'A suposta trambiqueira de vacinas está exausta tadinha? Eu também"
Leia Mais
Eduardo Bolsonaro sobre Aziz e a CPI da COVID: 'O diabo agoniza'Pacheco vai garantir prorrogação da CPI da Covid amanhã, diz Omar AzizCPI pede ao STF esclarecimento sobre depoimento de Maximiano Aziz reconvoca Emanuela Medrades pra depor nesta quarta na CPIManifestação contra Bolsonaro termina em confusão no RioA convocação de Emanuela foi requerida pelos senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e aprovada pela CPI em 30 de junho, quando a transferência de sigilo telefônico e telemático da convocada também foram admitidas pelos parlamentares.
“Para que seja possível esclarecer os detalhes de potencial beneficiamento da Bharat Biotech, representada no Brasil pela Precisa Medicamentos, na negociação de compra de vacinas pelo Ministério da Saúde, faz-se necessária a oitiva da Sra. Emanuela Medrades, diretora técnica de referida importadora”, afirmou Alessandro em seu requerimento.
Ela chegou a solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não fosse obrigada a comparecer à sessão, mas o pedido foi negado pelo ministro Luiz Fux. No entanto, o magistrado decidiu que Emanuela tem o direito de não produzir provas contra si.
Por isso, ela se negou a responder aos questionamentos feitos pelos senadores e a recusa da diretora em responder questões consideradas "simples", como sobre sua função na Precisa, irritaram os membros da CPI. A oitiva foi suspensa durante algumas horas para que o presidente Omar Aziz solicitasse esclarecimentos sobre quais são as obrigações da diretora da Precisa Medicamentos em depoimento à comissão.
Em resposta, Fux afirmou que vai caber à CPI avaliar se um depoente abusa do direito de permanecer em silêncio ao se recusar responder os questionamentos dos senadores.
Com isso, a diretora da Precisa Medicamentos poderia sair presa da comissão caso Emanuela não responda aos questionamentos “simples” feitos no colegiado.
Na retomada da sessão, ela voltou a negar as respostas feitas pelos senadores e solicitou adiamento de seu depoimento, alegando “exaustão”.
"Estou sem condições"
Na retomada da sessão, ela voltou a negar as respostas feitas pelos senadores e solicitou adiamento de seu depoimento, alegando “exaustão”.
Alessandro Vieira (Cidadania/SE) sugeriu ao presidente da CPI que caso queira prosseguir com a oitiva, contrariando o pedido da depoente de adiamento, que faça o pedido de prisão. “Exaustão ou coisa parecida não é justificativa para a depoente responder ou não responder, não funciona assim. Então a questão de ordem objetiva, se vossa excelência, por ato unilateral de benevolência, resolver fazer uma nova sessão do depoimento, que o faça. Mas a prosseguir dessa forma, que avalie a necessidade de prisão por não responder às perguntas”, afirmou.
Emanuele foi questionada pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) se ela estava evitando as respostas por estar exausta ou por que não quer se incriminar. A diretora da Precisa Medicamentos voltou a afirmar que o motivo é o cansaço. “Eu estou sem condições físicas e psicológicas, não tem irregularidades. Eu estou disposta a esclarecer”, respondeu.
"Exaustos estamos todos nós. Exaustos estamos nós que perdemos 530 mil brasileiros. Exausto é a brincadeira que se fez para comprar vacina no Brasil. E a Precisa brincou pra comprar vacina", rebateou Omar Aziz.
Ela chegou a afirmar que, caso adiassem a sessão, ela responderia todos os questionamentos feitos pelos senadores. Por isso, em seguida, o presidente da CPI adiou o depoimento para esta quarta-feira (13/7).
Instalada em 27 de abril deste ano, a comissão do Senado apura possíveis ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e repasses de verbas a estados e municípios.