A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), instalada pela Câmara Municipal da capital mineira, firmou nesta quarta-feira (14) uma parceria com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O acordo visa avançar nas investigações da CPI, que apura irregularidades no contrato - elaborado em 2008 - em vigor da BHTrans com Prefeitura de BH e demais empresas concessionárias de ônibus.
"Vamos juntos rumo ao Ministério Público de Minas Gerais formar uma parceria com o senhor Jarbas Soares, porque eu concordo que quem tem que investigar tem que investigar. Acho que é papel punir aqueles que fizeram e fazem mal feito a esta cidade, e acho que a gente, com apoio da senhora (Bella Gonçalves) e de todos os demais aqui, vamos ajudar, em conjunto com a população, a escrever um novo capítulo para essa cidade", disse Gabriel, nesta quarta.
Procurador de Justiça de Minas Gerais e chefe do MPMG, Jarbas Soares também disse que o órgão estuda estruturar uma força-tarefa para apurar as possíveis irregularidades relacionadas à BHTrans. Um acordo também com o Ministério Público de Contas é vislumbrado para seguir adiante com as investigações.
"O Ministério Público estuda a possibilidade de montar uma força-tarefa sobre o assunto, porque são fatos que acontecem e aconteceram em 2008 e que têm repercussões até hoje. Então, a ideia é essa, seguir nessa linha, a pedido dos vereadores criar também a força-tarefa e cooperar nas investigações. Sabemos que uma investigação que foi feita foi arquivada, mas fatos novos que foram sucitados e levantados pela câmara de vereadores de Belo Horizonte servirão ao Ministério Público nesta nova etapa", afirmou, após acordo firmado.
Wanderley Porto (Patriota), primeiro signatário do requerimento, Reinaldo Gomes Preto Sacolão (MDB), Gabriel, Professor Claudiney Dulim (Avante), Bella Gonçalves (Psol), Braulio Lara (Novo) e Rubão (PP) são os membros titulares da comissão que busca abrir a "caixa preta" da BHTrans.
Reunião desta quarta-feira
Nesta quarta, antes de ir ao MPMG, a CPI da BHTrans colheu o depoimento de Fábio Couto de Araújo Cançado, empresário e sócio da Auto Omnibus Nova Suissa, na condição de investigado. Por cerca de uma hora e meia, ele respondeu a diversos questionamentos dos vereadores e negou, por exemplo, que tenha retirado os cobradores dos ônibus como retaliação à manutenção do valor da tarifa de ônibus na cidade belo-horizontina (de R$ 4,50).
Além disso, a CPI aprovou um requerimento que prevê o depoimento de Roberto José Carvalho, dono da Rodopass, para a próxima quarta-feira (21), às 14h30. O empresário, que ficou em silêncio em um depoimento (quando estava como investigado) e não compareceu à oitiva dessa terça embasado em decisão judicial, vai depor na condição de testemunha. A comissão recorreu da liminar concedida a Roberto José Carvalho e aguarda o resultado da solicitação.
Nova reunião nesta quinta
A CPI da BHTrans se reúne novamente nesta quinta-feira (15), às 9h30. A comissão vai colher o depoimento de Shaila Santos, ex-sócia da Maciel Consultoria, empresa que participou da elaboração do contrato vigente em que se baseia a BHTrans, elaborado em 2008.
Ela já deveria ter comparecido à CPI em reunião extraordinária em 24 de junho, como convidada, mas enviou comunicado dizendo que já se desligou da Maciel Consultoria e que não teria o que falar. Agora, caso não compareça, a comissão pode solicitar a condução coercitiva por autoridades policiais para que ela preste os esclarecimentos.