A diretora da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, encerrou seu depoimento à CPI da Covid. A empresa foi responsável por intermediar a compra pelo governo Bolsonaro da vacina indiana Covaxin, da Bharat Biotech. Na versão apresentada aos senadores, Emanuela negou que existam irregularidades na negociação, afirmando também que não houve interferência política na compra do imunizante.
Um dos pontos investigados pela CPI é o valor que o Ministério da Saúde aceitou pagar pela dose, de US$ 15 - a mais cara entre os imunizantes adquiridos pelo Brasil. Como revelou o Estadão/Broadcast, em reunião técnica do Ministério da Saúde com representantes da Bharat e da Precisa Medicamentos, foi registrado na "Memória do Encontro" o valor de US$ 10 por dose. Emanuela negou que uma oferta com esse valor teria sido apresentada ao governo, e que existia apenas uma expectativa por esse preço, ou até mesmo menor.
Durante o depoimento, Emanuela também confrontou as versões apresentadas à CPI da Covid pelos funcionários do Ministério da Saúde. O servidor Luis Ricardo Miranda e o consultor técnico William Amorim afirmaram que a Precisa enviou à pasta no dia 18 de março a primeira invoice da compra da vacina, enquanto que a empresa alega que encaminhou apenas no dia 22 daquele mês. Em razão disso, Emanuela afirmou ainda que os irmãos Miranda mentiram à CPI ao falar que a invoice foi apresentada em reunião com o presidente Jair Bolsonaro no dia 20 de março.
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