O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, neste domingo (18/7), que todas as suas falas são interpretadas como declarações de um "genocida". Ele emitiu a declaração em São Paulo (SP), ao deixar o hospital em que estava internado há quatro dias por causa de uma obstrução intestinal.
Leia Mais
Sem provas, Bolsonaro põe urnas em xeque: 'Só Deus me tira daquela cadeira'Bolsonaro sobre vídeo de Pazuello: Brasília é 'paraíso dos lobistas'Bolsonaro recebe alta de hospital em SP e seguirá com acompanhamento ambulatorialBolsonaro ignora questão sobre honestidade de Barros: 'Não sei quem você é'"Amanhã 'pego' o Queiroga. Quero um estudo sobre a proxalutamida. Estou três meses atrasado. Tudo o que falo se volta contra mim como se eu fosse um genocida. Como se só no Brasil morresse gente", disse.
O presidente garantiu que autorizaria sua mãe, Olinda, de 94 anos, a ser tratada com a proxalutamida caso apresentasse quadro avançado da infecção viral.
Desde o início da pandemia, Bolsonaro defende abertamente o uso de remédios sem comprovação científica para conter o coronavírus, como a hidroxicloroquina. A substância compõe um coquetel de "tratamento precoce" equivocadamente alardeado por integrantes do governo federal.
Segundo o chefe do Palácio do Planalto, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID-19, conduzida pelo Senado Federal, deveria se debruçar sobre as possibilidades de cura para a doença.
"A CPI daqui fica o tempo todo me acusando de corrupto por algo que não comprei e não paguei", protestou, em relação aos supostos casos de ilicitudes na aquisição de vacinas apurados pelos parlamentares.
'Não errei nenhuma'
O presidente voltou a valorizar o auxílio emergencial. Embora a proposta tenha sido originalmente sugerida por integrantes do Legislativo, deu a entender tratar-se de trabalho exclusivo do ministro da Economia, Paulo Guedes.Ele aproveitou a presença de jornalistas para atacar políticas cientificamente comprovadas para barrar a virose, como as restrições de circulação. Segundo Bolsonaro, o aumento no preço de itens da cesta básica, como arroz e feijão, é fruto das medidas adotadas por governadores e prefeitos.
"É lógico que aumentou de preço. Estimularam todo mundo a ficar em casa. É muito fácil fechar São Paulo. E daí? Como fazer com o pessoal que trabalha de manhã para almoçar à noite? 'Se vire, eu estou cuidando da sua vida'? Fome também mata. Fecharam escolas. Eu não errei nenhuma", falou, após mencionar o governador paulista, João Doria (PSDB).