O deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou, na manhã desta terça-feira (20) que o presidente Bolsonaro aparentou desconhecer as irregularidades reportadas por ele e seu irmão ao chefe do Executivo, em reunião realizada em março deste ano. Segundo ele, o presidente demonstrou estar confuso e não saber do que se tratava.
Ao ser informado de que a Precisa, empresa que intermediava as negociações, estava envolvida na Operação Falso negativo no Distrito Federal - que investiga a compra de testes de COVID-19 e equipamentos superfaturados -, Bolsonaro, segundo Miranda, demonstrou revolta. "Querem me foder", teria dito o presidente, ao saber do envolvimento de uma pessoa, que Miranda revelou, na CPI, ser o líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR).
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"Eu admito que fiquei com certa dúvida, mas não imputaria o presidente hoje ou afirmaria que ele sabia do que acontecia no Ministério da Saúde", completou.
Lira incentivou denúncia
Miranda também reafirmou a conversa que teve com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ele disse que Lira o questionou: "Por que você está me perguntando isso?". A reação, segundo Miranda, gerou estranheza. O parlamentar, então, teria explicado que queria uma orientação sobre como proceder. Lira teria respondido: "Se você sabe de algo, então detona".
Arthur Lira comentou, em entrevista à CNN no mês passado, que a conversa com o deputado se deu em um aplicativo de mensagens e que se esquivou do assunto quando Miranda tentou dar mais detalhes do caso. "Não sou órgão de controle", disse Lira, que negou que tenha mandado "explodir" a bomba - referindo-se ao caso. "Disse que eu não tinha nada a ver e que ele tocasse a bomba dele para frente. O responsável é ele", pontuou.