O vice-presidente da Câmara Federal, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou nesta terça-feira (20/7) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está armando um “acordão” para dobrar o valor do fundo eleitoral e passar o montante de R$ 1,7 bilhão para R$ 4 bilhões.
De acordo com Marcelo Ramos, as declarações do presidente, que disse que iria vetar o fundão, são “fanforronices”. Ele ainda disse que a “verdade sempre aparece”.
“Presidente Bolsonaro. Acordão de 4 bilhões, não! Vete total! Cumpra sua palavra! E não espere o último dia do prazo não! Vete hoje e devolva pro Congresso porque aí o voto é obrigatoriamente nominal!”, disse. “Atenção! Depois de toda a fanfarronice, o presidente Bolsonaro está armando um acordão para dobrar o valor do fundo e passar para 4 bilhões! A verdade sempre aparece!”, escreveu no Twitter.
Atenção! Depois de toda a fanfarronice, o presidente Bolsonaro está armando um acordão pra dobrar o valor do fundo e passar pra 4 bilhões! A verdade sempre aparece!
%u2014 Marcelo Ramos (@marceloramosam) July 20, 2021
Troca de farpas
Na tarde de ontem, segunda-feira (19/7), Bolsonaro disse para apoiadores em frente ao Alvorada que Marcelo Ramos era "insignificante".
Na conversa, o presidente voltou a criticar a aprovação de R$ 5,7 bilhões, incluídos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), para o fundo eleitoral de 2022.
Leia: Bolsonaro: Marcelo Ramos é tão insignificante que esqueci nome dele
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Segundo Bolsonaro, Ramos é "insignificante" e atropelou o Regimento Interno da Câmara para não permitir que votassem em separado o dispositivo sobre aumentar o fundão eleitoral. "Agora cai para mim sancionar ou vetar. Tenho 15 dias úteis para decidir", completou o presidente.
"Que covardia da mídia, nós aprovamos a LDO no ano passado. Tem que aprovar a LDO para a gente dar prosseguimento ao Orçamento. Agora, no meio da LDO, o relator botou lá quase R$ 6 bilhões para o fundo partidário. Covardia da mídia. Pegaram o nome dos deputados que votaram a LDO: Olha, eles votaram para aumentar o fundão", afirmou o presidente. Segundo Bolsonaro, o PT, que orientou e votou contra a lei de diretrizes orçamentárias, o fez porque quer inviabilizar o governo.
O veto
Na noite de segunda-feira, o presidente também afirmou que iria vetar o fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões para 2022. A declaração foi dada para a Tv Brasil.
Na entrevista, ele respondeu de duas formas. Primeiro, afirmou que vai vetar. Depois, que esta é a "tendência".
Entenda
A quantia para o fundo em 2022, com dinheiro público, representa três vezes o valor de R$ 2 bilhões previsto para as eleições de 2018 e de 2022.
O quantidade foi aprovada pelo Congresso Nacional na semana passada, durante a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022.
Agora, cabe a Bolsonaro sancionar a LDO integralmente, parcialmente ou vetar o texto.