O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou, nesta quinta-feira (22), que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) é quem deve assumir o Ministério da Casa Civil. Demitido do cargo, Luiz Eduardo Ramos será mantido no governo como "ministro palaciano", com posto na Secretaria-Geral da Presidência da República. "Realmente deve acontecer na semana que vem, está praticamente certo. Nós vamos colocar um senador na Casa Civil que pode manter um diálogo melhor com o Congresso. Eu conversei com ele já e ele aceitou", disse o presidente em entrevista à Rádio Banda B.
A oficialização da nomeação deve ocorrer na segunda-feira, quando o parlamentar retorna do recesso e terá encontro com o presidente para "acertar os ponteiros". "É uma pessoa que eu conheço há muito tempo. Ele chegou em 1995 na Câmara e eu cheguei em 91. E eu fui, em mais da metade do meu tempo de parlamentar do partido Progressistas, que é o partido do Ciro Nogueira, então não teremos problemas", disse Bolsonaro.
Réu na Lava-Jato, Nogueira é representante do chamado 'centrão', ala mais fisiológica da política nacional e tem o controle sobre a máquina partidária do PP. Sua nomeação à Casa Civil faz parte de estratégia do governo para ampliar a base de apoio no Congresso, onde a sigla tem dez representantes, na Câmara, e sete no Senado.
Nogueira foi aliado de Lula, principal antagonista de Bolsonaro no horizonte eleitoral de 2022. Em 2017, às vésperas do pleito presidencial de 2018, chamou o atual presidente de fascista e declarou apoio ao petista, a quem se referiu como o melhor presidente da história. Enalteceu programas sociais de transferência de renda, como Bolsa Família, responsável, em sua avaliação, por melhorar indicadores socioeconômicos do Nordeste, e o programa de moradias populares Minha casa Minha Vida.
"Lula é o melhor presidente da história deste país, principalmente para o Piauí e para o Nordeste. Por mais que eu tenha que pensar no Brasil, eu não me vejo votando contra o Lula, por tudo que ele fez, por tudo que ele tirou de miséria desse povo, pelo combate à fome", disse na ocasião. Em seguida afirmou: "É o meu candidato", disse o cacique do PP em entrevista.
Considerado "coringa" no Planalto, Onyx Lorenzoni será transferido para o Ministério do Emprego e Previdência, que será criado a partir do desmembramento da Economia. A concentração de atribuições sob o controle de Paulo Guedes é mais uma promessa de campanha deixada de lado em nome de alianças com o 'centrão'. Bolsonaro tentou argumentar que não haverá uma nova pasta, já que o Banco Central perdeu status de ministério.
"Eu fiz uma reforma ministerial há poucos meses e só ficaram sabendo no dia. Essa, como não tinha problema falar, não nos preocupamos com possíveis vazamentos. O Onyx, que eu chamo de coringa, vai para um novo ministério. Não vai ser aumentado o número de ministérios. Como o Banco Central perdeu esse status há dois meses, nós restabelecemos os 23 ministérios". Disse
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