Jornal Estado de Minas

CORRIDA AO PLANALTO

PSDB: com Aécio 'no meio', MG e SP divergem sobre papel do partido em 2022

Dirigentes do PSDB divergem publicamente sobre o papel do partido na eleição presidencial. O presidente da Executiva tucana em São Paulo, Marco Vinholi, criticou declarações do deputado federal Aécio Neves (MG) sobre os planos da sigla para 2022, dizendo que o parlamentar "atua contra" a sigla.



O também deputado federal Paulo Abi-Ackel, que preside o PSDB em Minas Gerais, saiu em defesa do colega de bancada, argumentando que a unificação do centro político pode ser a saída para viabilizar uma terceira via.

Aécio já afirmou, por reiteradas vezes, que o nome para se contrapor à polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido) deve ser único, mesmo que não saia do PSDB.

A posição gerou a irritação de Vinholi, que além de presidir o partido em São Paulo, compõe o secretariado do governador João Doria, que tenta disputar o Palácio do Planalto.

"Aécio Neves está a serviço de tudo, menos do PSDB. Ele atua contra o partido", disse, à revista Veja. "Ele está defendendo abertamente que o PSDB não tenha candidato", completou.

Abi-Ackel, no entanto, afirmou achar "estranho" o tom adotado por Vinholi para criticar a posição de Aécio.

"Se temos a intenção de buscar apoio a um eventual candidato do PSDB, é essencial que também estejamos dispostos a apoiar outra candidatura que eventualmente se apresente em melhores condições que a nossa. É imperativo agir com responsabilidade e desprendimento nesse momento", argumentou o mineiro, em nota enviada à imprensa.



O presidente dos tucanos em solo mineiro é um dos agentes políticos que defendem uma coalizão de partidos que busquem emplacar a dita terceira via.

"A defesa de uma candidatura única do centro democrático tem sido feita por todos que se preocupam com o quadro de radicalismo político que vivemos hoje no Brasil. Inúmeros políticos, dentre eles o deputado Aécio Neves, defendem a unificação do centro político", assinalou Abi Ackel.

Partidos em busca de alternativas

A tentativa de construir opções para disputar o pleito presidencial tem movimentado legendas entre o centro e a direita. No DEM, por exemplo, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta tenta formatar um programa com vários eixos - como educação, liberdade de expressão, direitos humanos e políticas para a mulheres - em busca de disputar o Executivo federal.


No PSDB, além de Doria, o governador gaúcho Eduardo Leite também aparece bem cotado.

No PSD, que abriga o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, as tentativas se concentram no presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O presidente nacional dos pessedistas afirmou ao Estado de Minas, na semana passada, que Pacheco é o "plano A, B e C" do partido para a corrida ao Planalto.



Cenário nacional pode afetar rumos em Minas

 

O PSDB espera sinais do cenário nacional para definir os rumos em Minas Gerais.  

Se o partido lançar um candidato ao Planalto capaz de unir o centro, a avaliação é de que a sigla precisará de um nome para construir palanque no estado. Se outra agremiação, com o apoio tucano, aglutinar forças centristas a nível nacional, os planos podem mudar.

O PSDB lança candidatos a presidente desde a eleição de 1989, ano da primeira eleição nacional após a redemocratização do país. À época, o escolhido foi Mário Covas, que perdeu. Nos dois pleitos seguintes, Fernando Henrique Cardoso venceu. José Serra saiu derrotado em 2002 e 2010; em 2006 e 2018, Geraldo Alckmin sofreu reveses, bem como Aécio em 2014.


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