A vereadora Iza Lourença (Psol) enviou, nesta segunda-feira (26/7), ofícios ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e à Defensoria Pública estadual (DPMG) a fim de obter informações sobre a conduta dos órgãos no acompanhamento de abordagens policiais ocorridas em Belo Horizonte.
Leia Mais
PSDB: com Aécio 'no meio', MG e SP divergem sobre papel do partido em 2022BH: Kalil se reunirá com Galo, América e Cruzeiro sobre volta das torcidasOrganizador de festa para 300 pessoas em Contagem foge, mas é multadoIza pede a apuração de duas abordagens recentes. A primeira delas, ocorrida em junho, ocasionou a morte de Ryan Pablo da Silva, de 18 anos, alvejado por dois disparos. O outro caso citado pela pessolista, no dia 16 deste mês, deixou ferimentos em Wesley Melo Vitor, 20. Wesley, assim como Ryan, é negro.
"Os agentes públicos permaneceram por longo tempo em cima do jovem, o qual precisou de atendimento médico após o ocorrido. Além disso, os policiais dispararam contra a população que se aproximava do local para evitar a continuidade da violência empregada", argumenta a vereadora, mencionando vídeos que mostram a ação dos agentes de segurança para deter Wesley.
Além de informações sobre a conduta da Defensoria Pública e do MPMG no acompanhamento de denúncias de abuso policial, a parlamentar questiona as entidades sobre as ações empregadas para evitar operações na periferia de Belo Horizonte em tempos de pandemia de COVID-19.
Como precedente, Iza recorre à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de impedir ações policiais nas comunidades do Rio de Janeiro enquanto durar a emergência sanitária.
O ofício enviado ao Ministério Público é endereçado a Francisco Ângelo Silva Assis, coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos, Controle Externo da Atividade Policial e Apoio Comunitário do MPMG.
O documento remetido aos defensores, por sua vez, foi encaminhado a Aylton Rodrigues Magalhães, da Defensoria Especializada de Direitos Humanos, Coletivos e Socioambientais.
Repercussão
O caso de Ryan está sendo apurado pela Polícia Militar. Um inquérito foi aberto para entender o caso. A situação de Wesley também está nas mãos da Corregedoria da PM. Segundo as forças de segurança, o rapaz teria resistido a uma ordem de prisão.
A morte de Ryan revoltou familiares e moradores da Serra; o mesmo aconteceu com Wesley.