O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a aliança com o Centrão. Nesta segunda-feira (26/07), ele alegou que, caso não obtenha o apoio do bloco, não conseguirá aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende enviar ao Congresso para reajuste do Bolsa Família. O presidente comentou sobre o assunto em entrevista à Rádio Arapuan, da Paraíba. No entanto, relatou que não sofre influência de nenhuma sigla para vetar ou não a proposta de fundão.
"Nenhum partido vai me influenciar na minha decisão no tocante ao veto ou não do fundão", disse. "Eu não tenho como aprovar nada pelo parlamento, muito menos Proposta de Emenda à Constituição. Então nós temos que nos aproximar do maior número de partidos que possam trazer apoios para a gente poder governar, poder ter voto dentro do parlamento", afirmou Bolsonaro.
"O Centrão é um nome pejorativo de vários partidos de centro. Eles têm sido úteis para nós aprovarmos muita coisa, como por exemplo: devemos, não está definido ainda, mandar uma PEC para acertarmos a questão do Bolsa Família. Se eu não tiver apoio dos partidos de centro, o Bolsa Família não tem como ser reajustado agora para novembro, dezembro. E pretendemos dar um reajuste de aproximadamente 50% para o Bolsa Família. Então tem que governar com o que o povo mandou para cá", completou o chefe do Executivo.
"Político" na Casa Civil
Ainda segundo o presidente, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) na Casa Civil poderá melhorar a articulação com o Congresso. "Os ministérios mais importantes continuam com critérios técnicos. Tem uma possibilidade agora do Ciro Nogueira assumir o ministério da Casa Civil. A Casa Civil não tem orçamento em suas mãos. Faz a articulação com o Parlamento. E nós entendemos que um político, no caso um senador, poderia fazer melhor essa articulação com o Parlamento. Por isso essa aproximação com o Ciro Nogueira, que é de um partido de Centro".
No último dia 23, em aceno ao próprio eleitorado, o presidente justificou que a aproximação com o bloco é necessária por conta da "governabilidade". Ele destacou ainda que é "obrigado" a formar a coalizão e que, "com apenas 150 deputados, não iria a lugar nenhum".
Apesar de ter garantido que vetaria o aumento dos recursos para o Fundo Eleitoral do próximo ano de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões, Bolsonaro mudou o discurso e afirmou hoje que deverá retirar apenas o que chamou de "excesso" e sancionar o fundo eleitoral em cerca de R$ 4 bilhões.