O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), escalou dois profissionais do alto escalão da instituição para formar um núcleo de monitoramento que reforce a segurança do sistema eleitoral brasileiro. A decisão tomada nesta terça-feira, 27, ocorre em um momento em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e membros do governo federal investem em uma escalada de tensão na relação com os líderes dos outros dois Poderes da República, a fim de viabilizar a pauta do voto impresso auditável - amplamente defendida pelo chefe do Executivo.
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Bolsonaro: Bolsa Família foi grande sustentáculo nas eleiçõesPSDB cria teto de gastos para pré-candidatos em prévias para 2022Com saída de Ciro Nogueira da CPI da Covid, Flávio Bolsonaro pega vaga de HeinzeZema visita Araxá, sua terra natal, e prefeito pede mais vacinasO Tribunal tem sido um dos alvos preferenciais do presidente Jair Bolsonaro em sua cruzada contra a urna eletrônica. No dia 9 deste mês, Bolsonaro insultou o atual presidente do TSE chamando-o de "imbecil". Na mesma ocasião, o chefe do Executivo subiu o tom contra o sistema eleitoral e deu vazão à tônica de ameaças cada vez mais presente no discurso do governo contra as eleições do ano que vem. "Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições", disse a apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada.
Os ataques ao processo eleitoral, porém, não se restringem mais à alçada do presidente da República. Como mostrou o Estadão, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, declarou a um importante interlocutor político do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que ele dissesse " a quem interessar" que as Forças Armadas não estarão dispostas a permitir a realização dos pleitos estadual e federal no ano que vem sem a adoção do voto impresso.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF), que pede a inclusão de impressoras na urna eletrônica a fim de criar uma nova etapa de auditagem dos votos, atualmente encontra-se em tramitação na Câmara. A pauta, porém, tende a não ser aprovada nem mesmo na Comissão Especial que analisa o projeto.