Jornal Estado de Minas

MUDANÇA DE LADO

Ciro Nogueira em 2018: Não podemos abrir mão dos sonhos do presidente Lula

Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para ser o novo ministro da Casa Civil, o senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI) trocou de lado na política em pouco menos de três anos. Isso porque durante sua corrida pelo Senado Federal em 2018, Nogueira associava sua imagem com a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.





Até esta terça-feira (27/7), era possível ver materiais de Ciro Nogueira em suas redes sociais em apoio ao ex-presidente Lula. Em um deles, o atual senador diz que "não podemos abrir mão dos sonhos do presidente Lula", citando alguns programas sociais, como o Minha Casa Minha Vida e Luz para Todos.

"Não podemos abrir mão dos sonhos do presidente Lula de um país melhor para os brasileiros. Por isso, defendi e continuarei defendendo programas importantes como o Minha Casa Minha Vida e o Luz para Todos, que tanto melhoraram a vida de nossa gente", escreveu Ciro, acompanhado de um vídeo em que exalta Lula durante propaganda eleitoral.

Além de já ter chamado Bolsonaro de "fascista", Ciro Nogueira afirmou, também em 2018, que "deixar Lula de fora da disputa é tirar do eleitor um direito de escolha". Nogueira se referia ao enquadramento do ex-presidente na Lei da Ficha Limpa, uma vez que foi impedido de se candidatar à presidência naquele ano por ter sido condenado em segunda instância. Atualmente, os processos foram anulados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).





Centrão


A indicação de Ciro Nogueira demonstra que o governo bolsonarista está cada vez mais alinhado com as políticas do grupo chamado Centrão do Congresso Nacional. O Centrão é o grupo de partidos que não têm uma ideologia política. São legendas que se tornaram conhecidas por negociar cargos e favores com o Planalto.

Bolsonaro sempre foi um grande crítico do grupo. Em 2018, durante a campanha eleitoral, ele afirmou que nunca se misturaria com o Centrão. Bolsonaro também costumava dizer que o erro dos governos petistas era ter entregado ministérios para o centro.

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