O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID no Senado, defende a realização de acareações entre pessoas citadas nas investigações. “Temos duas ou três acareações a serem feitas ali, eu defendo isso. Mas não vou impor, nós vamos conversar sobre isso da importância dessas acareações", afirmou, em entrevista ao Estado de Minas nesta quinta-feira (29/07).
Os trabalhos da CPI da COVID, apesar de não terem sido interrompidos com o recesso parlamentar, serão oficialmente retomados nesta segunda-feira (2/8).
Os trabalhos da CPI da COVID, apesar de não terem sido interrompidos com o recesso parlamentar, serão oficialmente retomados nesta segunda-feira (2/8).
“Apesar do recesso, continuamos investigando uma série de documentos que chegaram à CPI e a gente tem que analisar ponto a ponto, porque, às vezes, uma informação escapa”, explicou o senador após fechar uma agenda prévia com outros integrantes da comissão.
Essa agenda prevê a retomada de depoimentos com personagens centrais nas negociações de compra de vacinas pelo governo brasileiro. Confira:
- 3 de agosto: reverendo Amilton Gomes de Paula, que teria sido autorizado pelo governo a negociar 400 milhões de doses da Astrazeneca com a Davati;
- 4 de agosto: Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos;
- 5 de agosto: Túlio Silveira, advogado e representante da Precisa Medicamentos.
Os depoimentos devem manter o foco na atuação da Precisa Medicamentos e da Davati Medical Supply, que atuariam como intermediárias para contratos da Covaxin e da Astrazeneca.
“Decidimos pelo pedido de bloqueio de bens da Precisa e da Global, que vende de parafusos a foguete e parece mais um shopping do que uma empresa que possa prestar um serviço adequado. Então, baseado em muitas coisas que investigamos, a CPI deverá voltar com isso na terça ”, informa Aziz.
“Decidimos pelo pedido de bloqueio de bens da Precisa e da Global, que vende de parafusos a foguete e parece mais um shopping do que uma empresa que possa prestar um serviço adequado. Então, baseado em muitas coisas que investigamos, a CPI deverá voltar com isso na terça ”, informa Aziz.
“Em relação aos próximos passos, é lógico que isso é muito dinâmico. Quando a gente começou a investigar, estava tateando quando veio aquela informação feita pelo Fabio Wajngarten sobre o documento que a Pfizer tinha mandado para o governo brasileiro e ninguém respondeu", lembra Aziz.
"Então, um ponto que nós temos que investigar é o porquê o Brasil não respondeu e não comprou as vacinas da Coronavac e da Pfizer e teve todo interesse de trabalhar em cima da vacina da Índia", explica do senador.
Ele continua: "E, depois aquela brincadeira do sargento, de Minas Gerais (Luiz Paulo Dominguetti), que oferece 400 milhões de doses e vai para um restaurante conversar com pessoas de dentro do governo federal. Então é esse tratamento diferenciado por uma empresa séria que o governo não deu atenção e dá atenção para empresas que não têm a menor credibilidade no mercado e não tinha uma vacina para entregar, nota-se e há indícios sérios de que havia realmente a vontade de tirar proveito na venda da vacina”.
"Então, um ponto que nós temos que investigar é o porquê o Brasil não respondeu e não comprou as vacinas da Coronavac e da Pfizer e teve todo interesse de trabalhar em cima da vacina da Índia", explica do senador.
Ele continua: "E, depois aquela brincadeira do sargento, de Minas Gerais (Luiz Paulo Dominguetti), que oferece 400 milhões de doses e vai para um restaurante conversar com pessoas de dentro do governo federal. Então é esse tratamento diferenciado por uma empresa séria que o governo não deu atenção e dá atenção para empresas que não têm a menor credibilidade no mercado e não tinha uma vacina para entregar, nota-se e há indícios sérios de que havia realmente a vontade de tirar proveito na venda da vacina”.
O presidente da CPI ainda ressaltou a importância de fazer uma acareação com alguns depoentes.
“Pazuello eu acho que tinha que fazer uma acareação com alguns outros membros. Sobre o Coronel Élcio , aquele John , que ele disse no começo da CPI que não participava de reunião de vacina, temos que fazer isso", aponta.
“Pazuello eu acho que tinha que fazer uma acareação com alguns outros membros. Sobre o Coronel Élcio , aquele John , que ele disse no começo da CPI que não participava de reunião de vacina, temos que fazer isso", aponta.
Além do coronel, Aziz destaca que esse confronto com a verdade deve focar também funcionários da empresa Precisa Medicamentos.
“Eu acho que nós temos duas ou três acareações a serem feitas ali, eu defendo isso. Mas não vou impor, nós vamos conversar sobre isso da importância dessas acareações. A partir desses documentos, que a Barach BioTech diz que são falsos, é importante uma acareação junto com aquela Regina Célia, que reduz de 4 milhões para 3 milhões de doses para fazer invoice. E outras acareações que estamos trabalhando para ver se dá certo. A mais urgente é a da Precisa, Emanuela, Luis Ricardo Miranda, aquele William e a Regina Célia”, afirma.
“Eu acho que nós temos duas ou três acareações a serem feitas ali, eu defendo isso. Mas não vou impor, nós vamos conversar sobre isso da importância dessas acareações. A partir desses documentos, que a Barach BioTech diz que são falsos, é importante uma acareação junto com aquela Regina Célia, que reduz de 4 milhões para 3 milhões de doses para fazer invoice. E outras acareações que estamos trabalhando para ver se dá certo. A mais urgente é a da Precisa, Emanuela, Luis Ricardo Miranda, aquele William e a Regina Célia”, afirma.
Esses nomes aos quais o senador se refere estão ligados aos contratos das vacinas. Regina Célia, por exemplo, é fiscal de contratos no Ministério da Saúde. Emanuela Medrades, diretora-técnica da Precisa Medicamentos. Enquanto Luis Ricardo Miranda, deputado federal, foi quem denunciou irregularidades na compra do imunizante indiano, a Covaxin. Já William Santana é subordinado ao chefe de importação do ministério, Luis Ricardo Miranda, irmão do deputado.
Viagem
Um dos depoentes da próxima semana, o Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, fez uma viagem à Índia no domingo (25/7) e permanece por lá. Omar Aziz afirmou que a comissão vai apurar essa viagem.
“Eu tenho que saber qual é a justificativa, até agora não fui comunicado. Tem que aguardar para saber quais providências vamos tomar na CPI, a questão da prisão, não. Quero saber qual a data que ele viajou e qual a data que ele foi comunicado que teria esse depoimento. Se foi comunicado e viajou depois do comunicado, vamos ver qual é a infração que ele está cometendo”, explica o senador.
“Eu tenho que saber qual é a justificativa, até agora não fui comunicado. Tem que aguardar para saber quais providências vamos tomar na CPI, a questão da prisão, não. Quero saber qual a data que ele viajou e qual a data que ele foi comunicado que teria esse depoimento. Se foi comunicado e viajou depois do comunicado, vamos ver qual é a infração que ele está cometendo”, explica o senador.
O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), no entanto, compartilhou um vídeo nas redes sociais nessa quarta-feira (28/7), convocando Maximiano para retornar ao país.
“Eu quero recomendar ao senhor Francisco Maximiano: volte e compareça à CPI de imediato no dia que seu depoimento está marcado. Evadir-se do país quando tem uma investigação em curso é crime e nós não titubiaremos em pedir a sua prisão preventiva”, comunicou o parlamentar.
“Eu quero recomendar ao senhor Francisco Maximiano: volte e compareça à CPI de imediato no dia que seu depoimento está marcado. Evadir-se do país quando tem uma investigação em curso é crime e nós não titubiaremos em pedir a sua prisão preventiva”, comunicou o parlamentar.
A defesa de Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) nessa quarta-feira (28/7) para pedir que o empresário seja autorizado a faltar ao depoimento na CPI da COVID.
Os advogados alegam que ele está na Índia para se reunir com a Bharat Biotech. E pedem que o empresário não seja alvo de condução coercitiva, ou seja, quando alguém é levado por forças policiais para prestar depoimento.